23 de dezembro de 2009

Sugestões de Natal

Para ver à lareira, debaixo da manta e com pausas para bolinhos.
(Embora nalguns a associação seja mais ténue, todos se relacionam com esta época.)

Life Of Brian

Love Actually

Die Hard

Nightmare Before Christmas

21 de dezembro de 2009

9 de dezembro de 2009

No ano de 2009

Ao longo deste e do próximo mês recordarei o melhor do que vi nos cinemas em 2009.
À parte deste ciclo de memórias estão "The Wrestler " e "Gran Torino" dos quais já falei aqui. (#1, #2.1, #2.2)

Revolutionary Road, de Sam Mendes

Da sua experiência e vocação de encenador inglês, Sam Mendes importa para a película uma linguagem teatral que complementa uma construção cénica típica de sala, não por acaso as cenas de maior impacto ocorrem em ambientes interiores com poucas distracções de fundo, onde o próprio cenário é o iniciador do drama. Lembro-me sobretudo do primeiro encontro dos Wheeler (Kate Winslet e Leonardo DiCaprio) com o filho dos Givings (Michael Shannon), onde a aparente banal posição dos personagens na sala assume relevância na descrição dos mesmos e do seu modo de vida, tudo isto numa casa cujo conforto sufoca. E é nesta atmosfera de xadrez emocional furado por uns tête-à-tête prostradores que brilham como nunca DiCaprio, Shannon e sobretudo Kate Winslet.


Plenty of people are onto the emptiness, but it takes real guts to see the hopelessness.

Se as adaptações cinematográficas de obras literárias são sempre de apreciação muito sensível, pela tentação de se compararem, mais difíceis se tornam quando o seu objecto é uma incontornável descrição da sociedade americana do pós-guerra. Sendo preciso na transcrição dos parágrafos de Richard Yates, este filme ganha autenticidade ao esculpir picos de explosões sentimentais de uma história original mais constante e fria.

1 de dezembro de 2009

Perdidos e Achados - Dave Matthews and Tim Reynolds Live at Luther College (1999)

É verdade, mais uma daquelas compras de fundo de caixote de "restos musicais" no canto de uma loja, se bem que foi um pouco puxado (cerca de 8€). Desta vez, apenas hesitei quando pensei em comprar também o Heartbreak Hotel -Elvis Presley (2€) e outros como Santana, os célebres Rat Pack, RATM, pelo mesmo preço do DM. Só desisti quando pensei no que iria comer durante toda a semana.







Acabei por trazer apenas este álbum. Por este espaço já se conhece há muito a minha admiração por Dave Matthews, um grande compositor, muito honesto em tudo o que faz e diz, sempre bastante bem disposto e com um sentido de humor infantil, que nos deixa sempre com um sorriso perante alguma macacada pateta em cima do palco.


Uma das características que mais aprecio na banda (Dave Matthews Band) é a tremenda técnica de todos os seus constituintes, e cada tema prima pela complexidade da ambiência, deixando a perceber que cada um é bastante trabalhado e cuidado antes de chegar ao senso crítico. Saliento o baixista, o "puto-prodígio" Stefan Lessard e o baterista, dos melhores que conheço, Carter Beauford.
Contudo, este é um dos vários álbuns acústicos ao vivo que foram produzidos no qual Dave (guitarra acústica) conta apenas com a participação do velho amigo Tim Reynolds, (também em guitarra acústica) que deu o seu contributo com estes pequenos "biscates" no início, mas que é agora parte integrante da banda.






Um álbum que nos dá a perspectiva de bons temas (One Sweet World, #41, Tripping Billies, Crash into Me, What Would You Say, Ants Marching, Two Step, etc.) num registo acústico, com as duas guitarras e por vezes um fundo de violino, muito discreto. Simplista no que toca à audição, como se quer, mas que reflecte ainda mais, se possível, o virtuosismo e a sinergia entre os dois músicos, com espaço para a "derivação musical pré-ensaiada" já habitual nos temas principais quando tocados ao vivo. Fica a sugestão.

15 de novembro de 2009

Thomas Newman

A simplicidade de uma ou duas notas agudas no piano marcam bastante a minha ideia quando ouço falar em Thomas Newman. Lembro-me imediatamente da primeira vez que vi o Shawshank Redemption. Aquelas duas ou três notas endireitaram-me no sofá e obececaram-me durante uns tempos. O tema do Six Feet Under é de outro mundo. Até o Wall-e e o Nemo têm o seu cunho.


Todos estes temas me marcaram, uns mais do que outros, é certo.
Mas este é para quando tudo parece parar por momentos e um saco de plástico dança ao sabor do vento. Nada mais interessa.

Ricky Fitts:" It was one of those days when it's a minute away from snowing and there's this electricity in the air, you can almost hear it. And this bag was, like, dancing with me. Like a little kid begging me to play with it. For fifteen minutes. And that's the day I knew there was this entire life behind things, and... this incredibly benevolent force, that wanted me to know there was no reason to be afraid, ever. Video's a poor excuse, I know. But it helps me remember... and I need to remember... Sometimes there's so much beauty in the world I feel like I can't take it, like my heart's going to cave in."

Lester Burnham: "[...]And then I remember to relax, and stop trying to hold on to it, and then it flows through me like rain and I can't feel anything but gratitude for every single moment of my stupid little life... You have no idea what I'm talking about, I'm sure. But don't worry... you will someday."

- American Beauty -

12 de novembro de 2009

Lar doce lar

Lar doce lar,
"- Oh, that's a cliché.
- You're right (...) Sometimes a cliché is finally the best way to make one's point"

Woody Allen regresa a casa, volta à sua cidade, Nova Iorque, e ao seu género, o filme à Woody Allen. Sente-se o conforto desta familiaridade revisitada nos passeios de Manhattan e nas esplanadas de café que os ocupam, chega-nos o cheiro a peixe dos mercados de Chinatown e aconchega-nos um intimismo que só um apertado apartamento duma cidade de milhões pode oferecer. Lá dentro convivemos com Boris Yellnikoff e Melody St. Ann, um snob cientista fora da validade e uma primaveril Mississipiana com um intelecto para preencher. Sobre este díptico quasi-assexuado pinta Woody o seu humor neurótico, com a mesma textura de sempre, mas no tom mais grave de Larry David, que se canta e recanta os parabéns cada vez que lava as mãos.


Tal como num regresso a casa de uma grande viagem, nos primeiros dias gozamos o desvanecer das nossas saudades até depois o tédio nos obrigar a sair e voltar a apanhar a chuva que vemos cair lá fora. Talvez para prevenir um ataque de panico existencialista a horas pornográficas, Woody Allen ficou-se pela primeira parte.

5 de novembro de 2009

No ano de 1959 #6

(#1, #2, #3, #4, #5)

"Kind of Blue" - Miles Davis


Era a única maneira de fechar o ciclo de homenagens ao ano 1959. Quando se fala nos maiores, aquilo que na minha análise funciona de crivo é a revolução, material ou ideológica, que essa personalidade realizou. Não me atreveria a discutir quem foi a maior ou a mais importante
figura na história do jazz, até porque só cá cheguei há pouco mais de 20 anos e o género já se ouve há quase um século, mas não esquecendo Louis Armstrong, a maior influência no Jazz que hoje nos chega aos ouvidos é irrefutávelmente Miles Davis. Quando perguntamos ou ouvimos perguntar a qualquer músico, seja de Jazz, de Blues ou mesmo de Soul quais os seus autores de referência, mais que frequentemente escutamos o nome Miles Davis. E nenhum álbum terá contribuído mais para a revolução 'Milesiana' que "Kind of Blue".


Reza a lenda que Miles terá escrito todo o material em apenas dois dias na semana de véspera da gravação, e que só terá partilhado as suas composições com os músicos que com ele tocaram (elenco de luxo: John Coltrane, Billy Evans, entre outros) já no estúdio imediatamente antes de gravar. E o que dali saiu no fim do dia (na verdade houve duas sessões de gravação) ecoará até à eternidade.
Com o estudo da nova perspectiva de improvisação apresentada por George Russell que incidia sobre o uso da escala em lugar da alternância de acordes, e depois das experiências em 'Milestones' no ano anterior, Miles Davis gravou 'Kind of Blue' totalmente baseado no 'modo/modalidade' e esta mudança de paradigma explanada numa interpretação magistral e sem artifícios ou protuberâncias (Miles Davis não era o maior dos virtuosos) resultou um som de uma subtileza quase etérea e inimaginável no panorama do jazz da altura (auge do be-bop de Charlie Parker e Dizzy Gillespie). Houve quem se referisse a este trabalho como a destilação da Arte de Miles Davis.

"Kind of Blue" ficou como o álbum que se empresta a alguém que quer experimentar ouvir Jazz, é preciso dizer mais?

28 de outubro de 2009

Live from Abbey Road - Antony and the Johnsons


Perdi o concerto de apresentação do The Crying Light em Maio deste ano por culpa própria, quando dei conta o Coliseu já estava praticamente esgotado e não consegui arranjar companhia para ir. Não gosto de ir sozinho a concertos, não posso trocar impressões in loco. Sou um palerma.

No passado dia 18 passou mais um episódio de Live from Abbey Road, do channel 4, que é transmitido dos lendários estúdios de gravação em Londres. Um programa sobre música que visa a revelação de novos talentos, entrevistas com grandes músicos, behind the stage, etc.
Este contou com a presença de Antony Hegarty and the Jonhsons.

Eis a mais recente estocada no Marco. Ora toma. Soberbo.


20 de outubro de 2009

Momento Seinfeld

S8, E20 ("The Millennium")

Kramer: (...). Come midnight, when she's looking for someone warm and cuddly to kiss, I guess you'll be caught between the moon and New York City.


18 de outubro de 2009

Green Drinkers


Salvar o mundo, um gole de cada vez

É este o lema de um conjunto de pessoas, normalmente jovens, que se reúnem, sazonalmente, e desfrutam de uma noite bem passada em que em cima da mesa está um assunto de interesse comum: A situação ambiental.

Nada de coisas lamechas como reflexões filosóficas, mas situações de carácter prático. Os variados interesses dos participantes em áreas distintas fomentam a curiosidade. De que forma um informático ou um gestor pode participar num projecto com vista à mitigação de danos ambientais da própria empresa? De que forma um engenheiro agrónomo pode reduzir a utilização de produtos pesticidas no combate a um determinado fungo?

São problemas como estes que são partilhados e discutidos por pessoas com consciencialização nestas noitadas, que podem ser compostas de jantares, saídas à noite, passeios, ou apenas um calmo serão sentados em puffs. Uma iniciativa social interessante, do meu ponto de vista, cuja interacção entre jovens tão diferentes mas com esta apetência cria um elo estimulante na abordagem ao tema, seja ele qual for. Neste caso é o ambiente.

Para mais informações, consultar a página oficial, a notícia de base deste meu post (noticia do dn)
ou a página do Facebook. Ou então o tio Google, que sabe quase tudo.

16 de outubro de 2009

No ano de 1959 #5

(#1, #2, #3, #4, )

Hiroshima mon Amour, de Alain Resnais

Elle
: Were you here in Hiroshima?
Lui: Of course not.
Elle
: That's right. How silly of me.
Lui
: But my family was in Hiroshima.
Lui: I was off fighting the war.
Elle
: Lucky for you, eh?
Lui
: Yes.
Elle
: Lucky for me, too.


Escrito por Marguerite Duras, é um dos mais belos poemas visuais, animado pela lente predominantemente emotiva de Resnais, sobre a influência das recordações na criação da identidade e na sua maturação. Identidade individual (Elle, Lui) e colectiva, não só de um povo ou nação, mas sobretudo de humanidade. Uma minimalista mas nem por isso inócua projecção da condição humana nos objectos da mesma, mulher e homem, e na relação entre eles. Quase um Adão e Eva não-teológicos numa civilização em convulsão.
No fundo, uma contemplativa reflexão sobre memória, por alguém que insiste em nos lembrar dos nossos mais recentes pesadelos (Nuit et Brouillard).

13 de outubro de 2009

No ano de 1959 #4

(#1, #2, #3, )

North by Northwest
, de Alfred Hitchcock

Hitchcock poderá ter perdido o autocarro no inicio do filme (num dos seus típicos cameos) mas vocês têm todo o tempo do mundo para embarcar numa viagem por paisagens do mais autêntico norte dos Estados Unidos da América. Desde o ambiente urbano até ao climax em terras de história, enquadrado pelo Plaza Hotel ou pelo Mount Rushmore, North by Northwest não necessita de ser uma obra-prima para negar o conceito que a verosimilhança é condição essencial para a seriedade do filme.


Durante as mais de duas horas que Hitchcock no espicaça o córtex da curiosidade, o elemento fantástico funciona apenas como substrato de onde se edifica um drama que nunca esmorece, por obra de uma linha narrativa escorreita que não empata nem deixa de temporizar o desvelar do mistério. Assistimos também à exploração inteligente duma paradoxal relação forma/contexto, em que os momentos mais fortes são sempre embrulhados por uma postura descontraída e discurso bem-disposto.
Cary Grant, no filme pelo qual mais facilmente será lembrado, por meio da sua figura respeitável e simultaneamente atingível é o condutor ideal desta peça icónica do cinema de Hitchcock.


6 de outubro de 2009

Manfred Mann’s Earth Band – Nightingales and Bombers (1975)


Quando procuramos música que nunca tenhamos ouvido há sempre a tendência a socorrer-nos de Tops. Ou é o top das melhores bandas, dos melhores álbuns, das melhores músicas… O que não falta é Tops por aí. Regra geral nunca são unânimes. Nem poderão ser;

estamos a tratar, no fim de contas, de críticas, individuais ou de colectivos fechados (críticos de revistas, sites, rádios, etc.).

Em nenhum deles vi este álbum. Pelo menos nos primeiros 100, 200 lugares. No entanto, se me pedissem um top de álbuns pessoal este teria de constar nos… 10 primeiros.

Foi a descoberta deste álbum, juntamente com trabalho de Jethro Tull, Pink Floyd, Emerson, Lake & Palmer, entre tantos outros, que me reavivou o gosto pela música. Melhor, o prazer de ouvir música.

Manfred Mann’s Earth Band foi uma banda que não colheu grande sucesso no passar dos anos, e houve até álbuns que receberam junto da crítica e dos fãs bastante maior aceitação que o visado. Contudo este é para mim o álbum com o qual melhor me identifico.

Começa com uma cover do Springsteen, “Spirits in the Night”, desenhando uma identidade de Prog Rock com linha firme. Uma cover bem trabalhada que não fica nada mal para início de álbum, se bem que talvez seja das mais fracas do álbum. Serviu para o lançamento do álbum.

“Countdown” começa a revelar a essência do álbum: Rock com muita substância, aliando a um imenso tecnicismo uma ambiência musical muito boa, típica do rock psicadélico.

“Crossfade” é um ponto fulcral do álbum. Para mim encaixa que nem ginjas como quarta música, propositadamente para criar ou perder fãs. O psicadélico chega ao rubro e este é o momento que se escolhe para ouvir com atenção o álbum até ao fim, ou para o arrumar na prateleira.

“Nightingales and Bombers” é o ponto caramelo. A faixa que dá nome ao álbum é um épico ao nível dos grandes épicos da época, de Led Zeppelin ou Pink Floyd.

Como pontos negativos, para mim, talvez a inclusão da cover do Springsteen, que apesar de boa não reflecte inteiramente o espírito do álbum, mas a meu ver pesou a necessidade de um single consistente. Outro ponto é a perda de “pica” a que nos conduz “Visionary Mountains”, uma interessante balada, mas cuja ordem no álbum não abona a seu favor, entre “Crossfade” e “Nightingales and Bombers”.

Com tudo isto, é um álbum que define parte das minhas escolhas musicais com o passar dos anos, e como tal incluí-lo num top pessoal é imperativo. Fica a sugestão.



NightingalesAndBombers -

5 de outubro de 2009

40 anos de Monty Python

5 de Outubro é uma data história.
Porquê?
Mas que raio de pergunta.
Mas porquê?
Então porque foi no dia 5 de Outubro de 1969 que foi emitido o primeiro episódio da série Monty Python's Flying Circus.
Quem são os Monty Python?
Epá, a essa recuso-me a responder. Eles falam por si.


Portugal exemplar



Não encontrarão melhores notícias nos jornais que esta conclusão do relatório de Desenvolvimento Humano da ONU de 2009. Numa altura em que os portugueses dão 10,46% de votos (21 deputados) a quem defende um apertar das fronteiras e diz que o rendimento social de inserção só serve preguiçosos, é muito bom e enche-me de orgulho poder ainda ler coisas destas.

30 de setembro de 2009

No ano de 1959 #3

(#1, #2, )

Anatomy of a Murder, de Otto Preminger

Existe na gíria futebolística o cognome de 'carregador de piano'. Figura em extinção devido à emergência e dissimilação do paradigma da complexidade aplicado ao desporto Futebol, dele se exigiam os trabalhos mais pesados e menos visíveis, destruir o trabalho do adversário e dar segurança (cobertura) às acções das estrelas (jogadores criativos).


Em Anatomy of Murder (Anatomia de um Crime), o actor James Stewart teve de carregar com o piano para depois o tocar. Não me lembro de trabalhos tão extensos e abnegados de uma estrela em papel principal. Em cada linha de texto e tom associado, em cada expressão facial e em todos os silêncios cirúrgicos, vemos o protégé de Hitchcock a construir uma obra notável e a elevar o filme de Preminger, à partida banal, até ao Olimpo dos courtroom dramas. Depois de duas horas e meia de um suar hercúleo e para fechar o livro (outro lugar comum do futebolês) vemos finalmente James Stewart a tocar as pautas de Duke Ellington no piano que carregou.

P.S. - Alem de James Stewart, também um poster fantástico ajudou à perpetuação do filme.

29 de setembro de 2009

No ano de 1959 #2


(#1,)

Some Like It Hot, de Billy Wilder

Um filme nos antípodas da Nouvelle Vague. Aqui tudo cavalga no show off. O filme é tratado como uma tela virgem que se enche até que nenhum vislumbre do branco original seja possível. Apoiado num refinado texto, o próprio método de interpretação revela uma formação teatral e o impacto no espectador é objectivo primário ao qual se submete o contar da história.
Um dos filme imortais de Hollywood da década de 50, ainda imune aos novos registos europeus.


Ve-lo hoje é um interessante exercício de comparação com a produção actual de comédias românticas. Toda a maquilhagem não impediu a emergência de uma individualidade de "Some Like It Hot" e de autênticidade das suas estrelas (Tony Curtis, Jack Lemmon e Marilyn Monroe). Procurem por estes conceitos no cartaz da semana.


23 de setembro de 2009

O melhor número do Will Ferrell

Já era tempo de alguém defender as coitadas das seguradoras de saúde. E os pobres dos seus accionistas. Para não falar dos seus acossados administradores, que deixariam de ter os seus milhões de bónus.

Humor do bom, como activismo político.



E eu não estou a ser sarcástico, not at all.

P.S. - A do mini-zoo é muito boa.

O maior dos quatrocentos golpes ou, No ano de 1959 #1


Bem, depois da fantástica pancada do Federer no post anterior, tinha de elevar a fasquia. Em qualidade seria discutível, ... talvez não, em quantidade só falando n "Os Quatrocentos Golpes" de François Truffaut.

Há aquele popular aforismo "Quem não sabe fazer, ensina", muitas vezes citada para desvalorizar o conhecimento instruído/científico em oposto ao empirismo. E há aqueles que observam, estudam, pensam, propõem novos paradigmas e depois criam obras que aqueles que dizem "Quem não sabe fazer, ensina" copiarão até que um novo intelecto agitador faça «tilt» às convenções instaladas.


Truffaut foi crítico de cinema antes de realizar e terá sido esse distanciamento supervisionado que lhe permitiu, nas minhas palavras, mandar uma enorme pedrada no charco. Outros chamaram-lhe a Nouvelle Vague.
Com "Les Quatre Cents Coups" uma nova forma de filmar irrompe. Aquilo que era artifício fica de fora, a encenação é secundarizada, enquanto que a estória, os personagens e aquilo que lhes é intrínseco é magnificado, nada mais. O que distrai não interessa, o que nos aproxima é explorado.



É assim que Truffaut nos mostra (com marcas autobiográficas) Antoine Doinel e os que os rodeiam. Colegas, professores, pais, o seu amigo Rémy e Paris, aquela Paris donde não se vê a torre Eiffel, e a qual Antoine e Rémy preferem ao pátio da escola ou aos seus ninhos familiares. Tudo é conexo, desde o caixote do lixo ao canal da mancha e tudo nos guia àquele solitário mas libertador plano final, um dos momentos mais autênticos que vi em cinema.


14 de setembro de 2009

Care for a hotdog?

Federer: "The greatest shot I ever hit in my life,"


8 de setembro de 2009

The Soloist

Pode não ser o mais feliz dos filmes, digo até que é uma obra bastante limitada, mas é uma história magnífica e isso obriga-me a o vos aconselhar.

2 de setembro de 2009

Fotografia Molecular

Uma equipa de investigação da IBM em Zurique bateu o 'record mundial' de resolução máxima de imagem. Usando a non-contact atomic force microscopy, pela primeira vez se consegue ver de facto a estrutura atómica de uma molécula, no caso o pentaceno.Quando jovem imberbe iniciado na escola, e pela primeira vez olhei por um microscópio não imaginava que iria ver algo assim, mas qualquer coisa parecida. Então depois de me dizerem que havia ultra-microscópios de varrimento electrónico, etc... pensei que fosse possível ver tudo o que existe. Com o evoluir do tempo e dos ensinamentos lá fui compreendendo as limitações da tecnologia e cheguei à conclusão que a ideia de conseguir ver àtomos era a coisa mais ingénua que tinha pensado. E isso foi para mim um pouco como a morte do Pai Natal na infância.
Quando vi esta imagem lembrei-me da tal primeira vez ao microscópio e achei engraçado como em tão pouco tempo utopias caem. E afinal o Pai Natal pode existir, cientificamente provado.


27 de agosto de 2009

Them Crooked Vultures


Com a "Gripe Muse" a começar a surgir por estes tempos em Portugal, é minha obrigação apresentar um projecto que vou querer seguir com muita atenção. Falo dos Them Crooked Vultures.

Quem são estes senhores?

    Josh Homme

    Dave Grohl

    John Paul Jones


A mim bastou-me ver isto para ficar completamente abazurdido. Claro que já tive decepções que cheguem devido às chamadas super-bandas (projectos constituídos por elementos de mais do que uma grande banda) como Audioslave (a minha maior espectativa de sempre no mundo da música, talvez por isso foi uma decepção) e Velvet Revolver (se bem que o Libertad é fabuloso, mas pecam no álbum de estreia), etc.

Mas mesmo assim acredito muito neste projecto. Se bem que de um modo mais racional do que de anteriores espectativas.

Josh Homme acabou de produzir o novo album dos Arctic Monkeys (outra febre lusa que ainda tou para perceber, mas pronto (e agora vêm cá em Fevereiro, histeria total) -este álbum é bom, pelo menos está muito bem produzido -lol) e é o Mr. Queens of the Stone Age. Acho que não preciso dizer mais nada.

Dave Grohl era o baterista dos Nirvana. Com a morte do Cobain, Grohl resolveu tentar a sua sorte noutro tipo de projecto. O primeiro album dos Foo Fighters foi todo planeado, composto e quase na íntegra interpretado por ele, só depois contratou os restantes membros da banda. Um génio.

John Paul Jones é o baixista e teclista dos Led Zeppelin. Ponto.

Never Deserved the Future será lançado no final de Outubro.

Elephants:

Há 70 anos...(I)


O tratado Molotov-Ribbentrop


23 de Agosto de 1939, Moscovo


Está prestes a começar a cerimónia de uma assinatura de um pacto que irá ter especial influência no conflito mundial que se avizinha.


Joachim von Ribbentrop está de pé, ao lado de Estaline, à espera da sua vez de assinar. Ocupando o cargo correspondente ao de Ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, está ansioso. Sente a responsabilidade. Graças a este tratado, o Führer terá menos preocupações. Este tratado permitirá à grande Alemanha a preocupação exclusiva com a frente ocidental. A URSS não colocará nenhuma objecção aos objectivos do Führer, sejam eles quais forem. Mas a Polónia será dos Alemães, sem nenhum tipo de entrave por parte dos comunistas. Isso deixa-o satisfeito. É ainda uma reiteração de pactos de não agressão e de transacções económicas entre os dois países. Que falta faz à Alemanha o petróleo que vem da URSS...

Mas sente-se nervoso, encontrando-se na presença de Joseph Estaline. Correm rumores que alguém teria deixado escapar nos corredores de Berlin que este se trata de um pacto temporário. Que quererá isto dizer?



Estaline olha atentamente enquanto o seu ministro Molotov assina o pacto bastante vantajoso. Não quer saber o que Hitler está a planear, apesar de já o adivinhar há muito. A sua URSS, mantida com pulso de ferro, encontra-se num estado lastimável. A ditadura comunista é claramente bastante mais frutuosa que os tempos iliterados czaristas, mas no entanto a pobreza mantém-se e é problemática. Assim, basta à URSS não se preocupar com Hitler, em troca de ouro e armamento para o seu exército miserável. As más linguas em Moscovo e no mundo dizem que Hitler assusta Estaline. Será provavelmente dos poucos homens ao cimo da terra que lhe metem respeito. Estaline assumidamente sente que não tem a visão de Hitler, nem a sua inteligência, o que o torna numa ameaça. Este pacto só vem trazer vantagens, principalmente porque assim a URSS fica com o báltico, em detrimento da Lituânia, e já pode tentar a tomada da Finlândia, um dos seus interesses imediatos. Toda esta troca de regiões de influência é benéfica para a Russia, portanto um bom negócio.


31 de julho de 2009

FNAC para todos

Quem visita regularmente a FNAC sabe os poderes que aquele espaço tem. Acesso imediato mas sem pressas a um universo de prazeres vasto e diverso. Conto-vos que por vezes me refugio naquele vale de estantes e num qualquer assento sem apoio lombar e lixo as minhas cruzes inclinado sobre um qualquer romance, biografia ou um daqueles belos calhamaços da TASHEN que sei que não vou/posso comprar. (se bem que aquela retrospectiva do Kubrick com direito a rascunhos e tudo, me tente, agora que me lembro).

Não pensava era que aquilo que para mim serve de escape possa ser a rotina de quem não tem mais nada.
Descrita neste post interessantíssimo, o dia-a-dia de alguns sem-abrigo que descobriram a FNAC como alternativa ao passeio da rua do Carmo.

Confesso achar um certo romantismo nesta história.
E também uma feliz ironia, pois repare-se como um simbolo do consumismo e do mercado livre acaba por ser um poderoso meio de solidariedade.

30 de julho de 2009

Olá campistas,

encontrámo-nos este ano outra vez.

Além de ir a banhos e pôr ao sol, que tal 500g disto para um bom Agosto de férias.

TV:
  • Mad Men (Rtp2)
  • 30 Rock (Rtp2)
  • The Office (Tvi)

Cinema:
A estrear:
  • Two Lovers
  • Public Enemies
  • Up

DVD recente:
  • Revolutionary Road
  • A Outra Margem
  • Paris, je t'aime

DVD clássico:
  • 12 Angry Man
  • Sweet Smeel of Success
  • Roman Holiday

Música:
Ao vivo:
  • Leonard Cohen. Lisboa, 30 de Julho.
  • Seal. Cascais, 31 de Julho.
  • Joss Stone. Cantanhede, 1 de Agosto.

Em casa:
  • Anthony and the Johnsons - The Crying Light
  • Rodrigo Leão & Cinema Ensemble - Mãe
  • Charlie Parker - Parker's Mood
Ler:
  • Richard Yates - Revolutionary Road
  • Valter Hugo Mãe - O remorso de baltazar serapião
  • Cormac McCarthy - The Road
Comer q.b.
Dormir q.b.
Preocupações 0g.
Agitar com companhia
e servir numa praia perto de si.

20 de julho de 2009

Faz hoje 40 anos...


- Existem diversas fotos com sombras em várias direcções, sendo que a única fonte de luz seria o Sol e todas as sombras deveriam ser paralelas.
- Fotos com diferentes tamanhos da Terra, vista da Lua, evidenciando montagens desproporcionais.
- Existem milhares de fotos com penumbra, sendo que seria impossível haver penumbra na Lua devido à ausência da atmosfera.
- Faltam as estrelas no fundo de todas as fotos. Com a ausência da atmosfera, as estrelas seriam ainda mais reluzentes.
- Nas fotos e vídeos, a bandeira dos EUA fica a esvoaçar ao sabor do vento. Porém, não existe vento na Lua simplesmente porque na Lua não há atmosfera.
- Em centenas de fotos, há pegadas dos astronautas na Lua. Mas, seria difícil haver formação de pegadas devido à falta de humidade e de gravidade.
- Numa das fotos, há indício de alguém ter colocado debaixo de um dos pés do Módulo Lunar um montinho de terra para que este pé não ficasse no ar.
- Pelo que se vê nas fotos, não houve pouso do Módulo Lunar. Ele teria sido colocado delicadamente naquele local. Não há marcas no solo do propulsor da nave.
- No mesmo lugar onde o pé do astronauta cria uma profunda pegada na superfície lunar, o pé do módulo lunar se mostra muito delicado na superfície da Lua, sem causar qualquer estrago.
- Pelo tamanho do Módulo Lunar, dificilmente existiria nele combustível suficiente para o colocar em órbita novamente.
- Não existem, até hoje, filmes fotográficos que resistam à enorme variação de temperatura que ocorre na Lua.
- Em 1969, os astronautas conversavam, da Lua, com a NASA, na Terra, em tempo real. Esta tecnologia não existe até hoje.
- A radiação solar incidente na Lua, sem atmosfera, é mortal para qualquer ser humano.
- Dificilmente existiriam roupas espaciais, na época, que resistissem às enormes variações de temperaturas da Lua (-153ºC a +107ºC).
- Dificilmente existiriam roupas espaciais, na época, que resistissem à ausência da pressão atmosférica na Lua.
- Extrema semelhança do ambiente das fotos mostradas pela NASA com o Deserto de Nevada, nos Estados Unidos.
- Indício de Stanley Kubrick dentro da NASA, que poderia ter auxiliado na criação dos efeitos especiais utilizados na fraude.
- Oficialmente, a NASA só teria realizado seis missões tripuladas à Lua, de 1969 a 1972, exatamente durante a gestão do presidente Richard Nixon. Após isso, nunca mais o homem teria voltado à Lua.
- Richard Nixon, envolvido em falcatruas que mancharam a imagem dos Estados Unidos, foi o principal articulador do escandaloso Caso Watergate, o qual culminou em sua renúncia durante o primeiro processo de impeachment estadunidense.
- Indício de manipulação na foto do "Jogo dos 7 Erros" mostra várias cruzes distorcidas, mas tais cruzes não poderiam estar distorcidas nem mesmo por lentes objetivas, que ficam do lado externo da câmara, já que essas cruzes fazem parte de um recurso interno da câmera.
- Mesmo tendo noção de que tinha posse de tal material, a NASA nunca exibiu as imagens do primeiro pouso do homem na Lua que teriam sido gravadas em fitas de vídeo e retornado à Terra com qualidade infinitamente superior às transmitidas "ao vivo".
- Em 2006, a NASA afirma ter perdido os vídeos originais do primeiro pouso na Lua, que teriam qualidade bem superior aos exibidos a todos até hoje.
- Em 2009, a NASA declara que, para economizar dinheiro, e sem ter cópias das fitas originais, gravou intencionalmente outras imagens e dados de satélites em cima das fitas originais que continham o facto histórico mais importante da NASA em todos os tempos.
- Richard Nafzger, engenheiro da NASA, afirma que o objectivo maior do governo dos Estados Unidos em relação à ida do homem à Lua era para efeito de marketing.


O que tenho a dizer em relação a isto tudo? Parabéns ao ser humano por ter chegado à Lua, e esta data ainda continua a fazer-nos sonhar, a cada dia que passa inspira-nos a realizar utopias. Não interessa quando foi, e se foi.

Obrigado por tudo, Armstrong, Collins e Aldrin.

"I believe that this nation should commit itself to achieving the goal, before this decade is out, of landing a man on the Moon and returning him safely to the Earth." - JFK

"That's one small step for men, one giant leap for mankind" - Neil Armstrong


17 de julho de 2009

17 de Julho de 1959

Billie Holiday (1915-1959)

Morreu hoje Lady Day, rainha do jazz. Mergulhada em heroína, encontrámos-la num bastidor com cheiro a sovaco dum qualquer club da baixa Nova-Iorquina.
Lembrou-nos por escrito "Lady Sings The Blues (1956)" as suas nódoas mais negras e cortes mais profundos: violação em menor, prostituição em adolescente, alguns romances com a máfia e muitos com a droga.


Perpetuar-se-á como a voz do Jazz. Representava um Jazz metafísico, não eram apenas as suas roucas cordas vocais que ressoavam em quem a ouvia. Billie Holiday exudava a sua alma pelos poros do Jazz e abaixo da 14th Street ninguém ouvirá igual.
Daqui a 50 anos, em sua memória, além dum post ranhoso num blogue desconhecido, alguém abrirá uma rubrica de rádio assim:

Boa Noite.
Chamava-se Billie.
Foi a Maior.


Luther Vandross (1951-2005)


Este mês ( no passado dia 1) celebrou-se o 4º aniversário da morte de Luther Vandross.


Dispensa apresentações: 8 Grammys, e um vozeirão daqueles... Depois de fazer back vocals de grandes cantores como Streisand, Bowie, Ross, Flack, lá acharam que o rapaz até merecia uma oportunidade para cantar a solo.

Hum...de certeza??


Sempre que me lembro do seu nome, recordo imediatamente "Dance with my Father", e relembro a actuação dele juntamente com o amigo Stevie Wonder, a sua diva Dionne Warwick e a "chicken legs" Whitney Houston a cantar "That's What Friends Are For". Que falta faz à música.


Memorável. Arrepiante. Invejo ferverosamente cada uma das pessoas daquela assistência.



15 de julho de 2009

Insignificância...

(Assim termina finalmente a minha trilogia: Formigas, Angústias e Insignificância, que já tinha escrito antes de existirem os Abazurdidos)


Toda a gente pensa em jovem que poderá dar o seu contributo à humanidade, ou com o cargo que sonha ocupar, ou com qualquer revolução nos campos das ciências, ou até mesmo na descoberta da cura de certas doenças…

É natural quando somos pequenos querermos ter na nossa vida adulta uma profissão bastante altruísta… ou bombeiro, para salvar as pessoas, ou médico ou enfermeiro, para as curar, ou mesmo até queremos ser algo tipo veterinários, porque gostamos muito de animais, e não entendemos como é que existem pessoas que abandonam os seus próprios animais de estimação…ficamos chocados…


Sempre pensei assim…agora já não.


Algum tempo depois começamos a pensar mais em nós. Penso que se enquadra naturalmente na mentalidade sequiosa do ser humano… Ou pensamos que poderemos ser conhecidos e famosos, ou então que com a nossa profissão nos poderemos tornar pessoas ricas ou importantes nos negócios, por hipótese continua nos nossos planos a profissão de médico ou engenheiro, mas pelas razões menos altruístas… enfim, começamos a ser engolidos pelo mundo capitalista, algo perfeitamente normal, pois sem dinheiro, insurjam-se os poetas e os românticos, não é possível ser completamente feliz no nosso mundo…


Também já pensei assim…agora já não.


Decerto já todos pensámos assim…É triste testemunhar que estes pensamentos comuns nos levam à normalização, ou seja a sermos apenas mais um entre milhões…todos nós queremos ser algo de especial na vida, e acabamos por nos confundir no grupo imenso das pessoas que querem ser especiais na vida… é paradoxal…tornamo-nos comuns mortais…

Sim, é isso, a ideia de sermos mortais, de pensar que podemos deixar o mundo sem uma única contribuição em prol deste é algo sufocante para muitos…que fazer? Desesperar?

Preocuparmo-nos com?

Com o passar do tempo vão-se perdendo oportunidades, chances, esfumando sonhos de uma vida, tornando-nos pouco realizados, pouco enfáticos em relação à vida… tornamo-nos ainda mais cinzentos, normalizados…que raio…é incontornável?


Era algo frequentemente abordado nos meus pensamentos… agora já não.


Há que seguir o impensável por mim, mas que se tornará a inevitável e derradeira saída para o mundo em que vivemos hoje em dia… Há que ter em conta que devemos viver o momento… seguir a tão apelidada por mim: a psicologia da treta…

Como todos sempre pensei nisso como algo muito bonito, mas quase inconjecturável… pensar que devemos viver o momento quando temos uma frequência daqui a uma semana, quando temos contas para pagar, etc.…

Que poderei dizer? Que já quis ser médico e veterinário e ajudar pessoas e animais, que depois me interessou o ramo da justiça, mas cedo se desvaneceu, que optei pelo ramo das novas ciências e tecnologias, o que me poderá facultar bons vencimentos, que poderei um dia ingressar na política mas apenas para ganhar mais algum, como os outros todos que lá estão, que vou ter uma frequência para a semana e ainda não estudei niente?


Claro que já pensei nisto tudo…mas agora não.

Agora não me chateiem… tou a ouvir o último dos Metallica

13 de julho de 2009

Optimus Alive!09 - dia 11 - Dave Matthews Band



Tinha de ser.

Portugal já precisava deles outra vez. Portugal gosta de boa música! Surpreendidos, "artistas" portugueses? Pois é...


Trinta e tal mil pessoas ali, quietas, com as costas a doer, de tantas horas em pé, à espera. E um sacana de um norte-americano a tossir ao meu lado. "Dude!!Pegas-me a p* da gripe e eu f*-te os cornos"


A 5 metros do palco, depois de me apaixonar pelas pernas et al da Fergie, esperando ansiosamente que a pitalhada à minha volta se sumisse dali depressa. Mas poucos saíram de lá. Fiquei apenas a 3, 4 metros do palco, não consegui avançar mais.


Dave Matthews não precisa de apresentações em Portugal. É um músico profissionalíssimo que leva muito a sério tudo o que faz e isso transpira para fora, tal como a sua banda. E para além do mais é bastante afável para com os fãs.

"It's an honor to play in the same stage Black Eyed Peas played." E muita gente aplaudiu. " It's an honor to play in the same stage Chris Cornell played" E toda a gente aplaudiu. "Thanks y'all for stickin' around for us" E toda a gente se riu.


Alinhamento característico da apresentação do novo álbum, com a típica estrutura mix, que envolve alguns clássicos e algumas estreias. Podiam tocar o que quisessem, até Led Zeppelin ou Bob Dylan, que ninguem arredava pé. Esperem lá, eles tocaram mesmo LZ e BD, no 2º (sim, segundo!!) encore.


A minha espectativa antes do concerto é que seria extasiante se eles tocassem uma destas: Everyday, When the World Ends, Gravedigger. Mas não tocaram. E já estava à espera pois já previa um alinhamento semelhante ao concerto do mês passado no Beacon Theater, em NY. E fiquei realizado na mesma.


Classicos como Ants Marching, #41, Two Step, Don't Drink the Water,You Might Dye Trying, Tripping Billies, e músicas novas como: Funny the Way it is, Aligator Pie, Spaceman fizeram as minhas delicias e as dos outros fãs, que completamente em delírio correspondiam ora com palmas ritmadas, a puxar pelo Carter Beauford(pra mim um dos melhores bateristas do mundo) ou pelo LeRoi (saxofonista da banda falecido recentemente). Notava-se que a banda se sentia tocada pelo acolhimento. Frases como "É bom estar de volta" e "Obrigado Lisboa" eram repetidas constantemente por Dave Matthews.


Momentos altos? Todos. O pico de êxtase surgiu em dois momentos: no momento da semi-ensaiada tirada da dupla Beauford-Coffin, no despique bateria-saxofone, e na "Two Step". Nesses 15 minutos da música, o público puxou pelos músicos durante 2, 3 min com sucessivos (ohhh oh eh ohh) só com a bateria e baixo como pano de fundo. Fenomenal.


Fica um primeiro encore com o sentido "carpe diem", nas palavras de Mário Rui Vieira, com as quais não podia concordar mais, com You Might Die Trying e Tripping Billies e um segundo encore com uma mistura da Stairway to Heaven com a All Along the Watchtower (parecia-me mesmo a Gravedigger, os acordes são os mesmos, ia-me passando!). Pena eles ainda não saberem português suficiente para saberem o que significa "E salta Dave, e salta Dave, olé, olé!!".


Nota: Carter Beauford distribuiu, à vontade, 40 baquetas pelo público. É um ritual antigo, que ele faz no final de cada concerto. Mas 40? Nunca visto. E eu que não fiquei com nenhuma, sniff! Fica P'ra próxima!