30 de agosto de 2010

Hannah and Her Sisters





"Mickey - (...) I need a dramatic change in my life!
Mickey's father-  So you're gonna believe in Jesus Christ??
Mickey- I know it sounds funny, but I'm gonna try"


É um dos melhores que já assisti de Woody Allen, o enredo é bastante agradável.
Penso que se tratou de um exagero o óscar do Michael Caine, aliás nem ele acreditou, quando há por exemplo o Platoon nesse ano, mas são opiniões. Bom, talvez se entenda, quando se tem em conta que havia cenas dele com a Mia Farrow (na altura mantinha uma reacção com Woody Allen) em casa dela, na cama dela, sob o olhar do realizador e às vezes também do ex-marido. Havia certas falas em que a sua personagem dizia violentamente: "I hate kids", entre outras. Em entrevista ao Times, Caine dizia que a meio das filmagens Mia Farrow perguntava-lhe:" tens muitas falas dessas não é? Isto é o Woody a mandar-me recados através de ti.". Nessa altura Mia já carregava uma equipa de futebol americano atrás, filhos e adoptados e enteados.
Neste a realização é firme. Gosto dos planos sequência que seguem Allen ao longo do estúdio na apresentação da personagem.

Gosto do escritor Woody Allen. Já o realizador por vezes nem me aquece nem arrefece. Por exemplo no "Cassandra's Dream", o escritor roça a perfeição, já o realizador é deveras mediano. É de resto algo que se aplica, na minha opinião, a uma boa parte da obra deste realizador. O culto gerado é digno e merecido, mas por vezes exagerado, pois reconhecer um homem como grande realizador em grande parte pela qualidade do que escreve parece-me uma indução um pouco inadequada.
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20 de julho de 2010

Deixe os sentidos à solta


"No que os olhos vêem e os ouvidos escutam, o cérebro não tem nada que mexer." - Desconhecido (alguém deve ter escrito alguma coisa assim parecida, pensando melhor, talvez não.)

Adoro formalistas.
O rótulo não enche Roman Polanski em todas as dimensões, mas gosto de pensar no seu filme 'Ghost Writer (O Escritor Fantasma)' como objecto de formalismo. No fim, decerto esquecerão o enredo, esquecerão a parábola política, esquecerão Ewan McGregor, Kim Cattrall, Pierce Brosman, Olivia Williams, Tom Wilkinson, Eli Wallach,
(estes últimos talvez não)
e da sala de cinema sairá convosco a imagem de páginas a esvoaçar sobre o asfalto e os queixos caídos de quem viu como acabou, depois a lembrança da casa e da sua solidão insular, recheada de tecnologia mas em redor só água, areia e ervas ao vento.
Haverá poucos fotógrafos com esta habilidade para mostrar a natureza virgem, e também a que cai molhada dos céus de Londres. Aqui ambas quase sempre vistas do interior, no conforto do mobiliário moderno, com os fatos impecáveis e o café quente na mão.

Quando este recolhimento é rompido e de bicicleta alguém ousa sentir a chuva nas fuças, um ancião lhe lembra que talvez seja o homem errado no sitio errado, como aqueles sujeitos nos filmes do Hitchcock. Não temos o Bernard Herrmann mas o Alexandre Desplat (compositor do filme) faz-nos a gentileza de o lembrar também. Isto e outras coisas, num ritmo amadurecido e lapidado, ajudam o nosso escritor incógnito a nos levar consigo pela intriga internacional, onde outro fantasma se adensa numa subtileza de invejar (Tony Blair não fará deste filme um dos seus favoritos).
Repito para fazerem vista grossa à inabilidade da maior parte do elenco, ao atrapalhado ensaio de ligações amorosas, à superfície plana da qual o filme não se eleva ou afunda e à excessividade de comic reliefs, por vezes parecem saídos de uma aventura do 007.
Recusem o whisky que se bebe de um gole só, (quem vir o filme compreenderá a metáfora, já a inépcia de quem a escreve é de constatação imediata) porque o que Polanski nos quer servir é um vinho, que da parra se retira e no âmago humano se detém.

7 de julho de 2010

Intro: This is the end, beautiful friend.



Um objecto que começa assim, poucas hipóteses tem de escapar à eternidade.

18 de junho de 2010

José Saramago [1922-2010[

«Ficou um largo silêncio depois destas palavras, Maria à espera que Jesus falasse, Jesus dando voltas a uma inquietação que não conseguia dominar. Por fim, perguntou, Aquilo que penduraste na porta para que nenhum homem entrasse, vais retirá-lo. Maria de Magdala, (...) Fez uma pausa e rematou, O sinal que está dependurado na porta, continuará lá, (...)»

em 'O Evangelho segundo Jesus Cristo'.

5 de junho de 2010

da série Inspira-te #3

Shawshank Redemption (1994), de Frank Darabont

"(...)I find I'm so excited, I can barely sit still or hold a thought in my head. I think it's the excitement only a free man can feel, a free man at the start of a long journey whose conclusion is uncertain. I hope I can make it across the border. I hope to see my friend and shake his hand. I hope the Pacific is as blue as it has been in my dreams. I hope. " - Red


2 de junho de 2010

da série Inspira-te #2

Finding Forrester (2000), de Gus Van Sant

"Dear Jamal, Someone I once knew wrote that we walk away from our dreams afraid that we may fail or worse yet, afraid we may succeed." - William Forrester

da série Inspira-te #1


"o que de pungente pode haver num filme que foca a memória de algo que já não existe"
- James Marsh


Man on Wire (2008) - por James Marsh e Philippe Petit


"E tive de tomar a decisão de passar o peso do meu corpo do pé fixo no edifício para o pé pousado no arame. Aquilo poderia ser o fim da minha vida, passar para o fio, mas ao mesmo tempo, era algo a que eu não podia resistir." - Philippe Petit




30 de maio de 2010

Dennie Hopper [1936-2010]

"no other persona better signifies the lost idealism of the 1960s than that of Dennis Hopper."



26 de maio de 2010

Jamie Cullum no Coliseu

Porque quando as emoções são muitas as palavras não chegam para descrever.

Foi perfeito, como aliás já o tinha sido em 2006.

Para reviver mais um pouquinho...

4 de fevereiro de 2010

And so it begins... (Stockhölm, baby!)

Logo no aeroporto, uma palavra quasi-familiar:


O meu quarto gigantesco, para uma residência de estudantes:



E a vista a partir das minhas 3(!) janelas do quarto:




5 de janeiro de 2010

Wake Up

A minha música fetiche do momento.
Para acordar no novo ano.

Wake Up, de Arcade Fire