23 de maio de 2009

Marinho Pinto vs Manuela M. Guedes

O circo chegou ao jornal nacional!! A Manuela ouviu das boas... xd

Isto a propósito disto... xd

22 de maio de 2009

Desabafo

Porque é que as manifes, greves e afins têm de estar sempre situadas entre a minha faculdade e a minha casa? Porquê? Que falta de imaginação! Uma hora no autocarro!! Haja paciência! Mudem o disco... please!!

20 de maio de 2009

David e Rita - Hold Still

A minha favorita do David Fonseca.
Porque é com a Rita Red Shoes.
Porque é sobre a distância.
E porque nalguns planos a Rita me lembra a Audrey Hepburn.


14 de maio de 2009

"Os Filmes" #2.1


Os Filmes - E os seus protagonistas.

Quando se fala e se escreve de filmes, um dos aspectos mais consensuais é a apreciação dos seus protagonistas. Pegando como exemplo a atribuição de prémios na àrea do cinema, não raramente se verifica que as categoriais individuais são as de maior previsibilidade. Mas será então a análise da representação assim tão linear?

Um ponto sobre o qual sobejam opiniões distintas é o que questiona 'quanto' do actor deve estar presente na representação. Se um bom actor é aquele que nos faz esquecer ele próprio e que inventa uma nova pessoa a cada papel, ou o que transfigura o seu próprio carácter à imagem da personagem, sem no entanto perder o seu âmago, adicionando uma autênticidade que transcende o que estava escrito à partida.
Sobre as mulheres de 'Sonata de Outono' de Ingmar Bergman, João Bénard da Costa perguntava-se onde acabavam a Eva e a Charlotte e começavam a Liv Ullmann e a Ingrid Bergman.
É essa mesma interrogação que faço quando abordo os papéis principais de "The Wrestler" e "Gran Torino".



Walt Kowalsky é um veterano da guerra da Coreia e reformado de uma linha de montagem da Ford. Viúvo, carrega no seu esgar uma solidão crespuscular, à qual se agarra como auto-defesa de um novo mundo que o rodeia sem que ele o compreenda.

A verdade é que em Kowalsky, não vemos só Kowalsky, vemos o Dirty Harry, vemos o imperdoável Bill Munny e até mesmo Blondie. O sobrolho carregado de Walt traz-nos todos estes seres do imaginário Eastwoodiano, que tanto lhe valeram os elogios dos cinéfilos como lhe conferiram uma aura de rudeza, típica de uma figura intratável.
Eastwood, recorrentemente rotulado de ultra-conservador, nacionalista, por alguns mesmo acusado de racismo, sempre desenhou nos seus personagens uma austeridade altiva, e difusas impressões de machista e justiceiro sem lei.
Walt Kowalsky mostra tudo isso, e é com Walt Kowalsky, que Clint Eastwood desmonta todo esse estereótipo. Fá-lo numa apoteose que cativa e depois arrebata. E assim assistimos, compassadamente e num tom profundamente harmónico, a uma descida à essência.
Clint despede-se do espectro visível do cinema com o seu melhor papel, ou, na melhor das definições, com o seu papel definitivo.

6 de maio de 2009

"Os Filmes" #1

Os Filmes - E eu.

4:00 da manhã, apercebo-me a andar às voltas no meu quarto, devo estar nisto há um bom quarto de hora.
Tenho sono, tenho aulas amanhã, mas como dormir se o meu estado de arrebatamento não me permite parar quieto, quanto mais deitar. Motivo: acabei de ver um filme, no caso "The Wrestler".
Nesta inquietude paro de frente para o poster do "Rocky" e relembro-me das vezes que a cassete do filme passou no meu video VHS, e do meu igual êxtase e admiração pela aquela história, por aquele personagem.



4:00 da manhã, chego a casa. Abro os portões, ponho o carro, desligo-o, fecho os portões. Faço tudo isto em 'piloto-automático', enlevado, quase alienado das minhas próprias acções.
Encontro-me absorto, aquele estado de espirito que nos assoma algum tempo após momentos de comoção. Ando nisto há meia-hora, desde que saí do cinema.
Poucas palavras terei trocado depois de me sentar para ver "Gran Torino". Desta vez, não são as memórias, a saudade ou a melancolia que me consomem. Será mais a surpresa, o espanto e o pasmo, todos de cariz emotivo, que me bloqueiam o sistema.



Concordo com quem disse: "Quem não tem capacidade para ser surpreendido, está morto." Pelo menos para as artes estará decerto morto. Agradeço por isso, esta minha abertura ao espanto.

É por isso que gosto de cinema. É por este arrabatar, sobretudo emocional, mas também contemplativo, é por estas exaltações interiores que esta arte, mais que qualquer das outras, me provoca. É certo que são relativamente raras as obras com essa capacidade, e por isso mesmo, a alegria é maior quando encontramos películas de tal magnitude, não apenas nos arquivos cinematográficos mas também em objectos contemporâneos, como são as duas obras que trouxe para exemplo.

Longa vida ao cinema.