30 de janeiro de 2008

O Mete-Nojo

Hoje, dedico um curto espaço de tempo para vos falar dum tipo de personagem que habita a nossa sociedade: o tipo "Mete-Nojo", que alguns podem conhecer como "amigo da onça".

Genericamente, falamos do indivíduo que a preceito de qualquer insignificância não enjeita a oportunidade de implicitamente se engabarolar diante do melindre alheio.
Não se trata dum qualquer alarde, cuja vaidade não obsta a susceptibilidade dos demais, mas sim de alguem cujos níveis de bazófia envergonham qualquer momento onde José Cid se auto-proclame o Elton John da Chamusca.

Distingo, porém, duas categorias dentro desta classe: O Mete-nojo light e o Mete-nojo que-não-é-nada-light-pois-enjoa-que-se-farta.

O Mete-Nojo light é um tipo que, no fundo, só mete fastio. É portanto um mete-nojo desportivo, casual. Usa da sua soberba palerma quando lhe dá jeito, (em conversas de café, à porta das finanças, etc...) mas não leva o assunto a sério.
Depois temos os especiais, os Mete-nojo que-não-é-nada-light-pois-enjoa-que-se-farta. Falamos agora de cavalgaduras, para quem a arte de meter nojo é um modo de vida, uma espécie de missão espiritual individual. Estes quadrúpedes, programam a sua rotina para preconizarem, 'à Lagardère', a sua boa-acção diária de provocar náuseas.


Se a alardisse destes seres fosse mensurável, novos cursos de computação avançada seriam inventados. O próprio do SuperIrritante não é mais que um menino ao pé destes senhores.
Não se pense que esta verborreia resulta de contacto pessoal com algum elemento desta tribo. Não senhor.
Como nunca contactei com esta sub-espécie, não posso, de forma alguma, concluir que estes índices de jactância sejam proporcionais à densidade de pelugem de cada um.

24 de janeiro de 2008

Rui Veloso: O ícone máximo da música portuguesa...


Quem me conhece deve estar a pensar: 'Este gajo está bom? Isto não é nada dele...'
Realmente tem nada a ver comigo elogiar um músico português... Mas também, não percebo... Quem é que falou em elogiar?

O título diz tudo.
Isto vem a propósito de uma entrevista ao artista (curioso este termo, só o encontro em portugal para nos referirmos a um musico...porque será?) que li este fim de semana numa revista do correio da manhã feita por José Manuel Simões.

" O cantor de 'Chico Fininho' está aqui exposto como nunca. Sem papas na língua e muita revolta, aponta feridas e o dedo em riste a um povo, o nosso, 'hipócrita,medroso, cobarde e conformista' ". Assim reza a introdução da entrevista. Muito bem encaminhada, de referir. Aconselho a sua leitura na íntegra.

Isto de facto é espectacular, o nosso país.

Rui Veloso diz a certa altura: "Nós tivemos de mendigar uma lei para passar 25% de musica portuguesa e mesmo assim sofremos muitas resistencias. Inclusivamente o PSD votou contra. Isto é uma vergonha. Tratam-nos como palermas, ou palhaços, e ainda nos passam um atestado de idiotice."

Isto é tão regozijante pra mim. Estou a escrever estas palavras com um sorriso tamanho. Maldoso? Talvez. Injusto? Vamos ver.

"-É muito exigente? -Sou, mas o país não corresponde ao meu grau de exigência. O português é cobardola, vive num clima de medo, é fatalista e conformado. Ninguém protesta nem exige nada"
Entre outras maravilhosas declarações, entre as quais "... por causa destas coisas é que eu preferia ser espanhol ou inglês.","... é muito dificil viver num país onde não há cultura de excelência...".

Por mais que só fique bem a uma figura pública como o Rui Veloso dizer isto (ah, pois, eu sou sarcastico, é verdade), vamos por partes.

  • Em relação à lei implementada pelo governo: Isto de facto é penoso para os músicos. é preciso uma lei para passar musica portuguesa? Nas palavras de Carlos do Carmo: "Não é triste?". E é, de facto.
Mas vejamos isto pela perspectiva do ouvinte, do consumidor de música. Estaremos assim tão desesperados por musica portuguesa? Nem por isso. Porquê? Não é lógico? Acham que se a música portuguesa fosse de qualidade era preciso algum decreto-lei para obrigar as radios a passar musica portuguesa? Não me parece. Sendo a competitividade em termos de musica comercial, alguns dos nossos melhores músicos destacam-se ou destacaram-se em generos mais eruditos (amalia, os madredeus, mariza, etc). Claro que quem se mateve no ramo comercial terá de puxar dos galões para competir com a enxurrada de música que vem de fora. E "entre mortos e feridos", alguma música dessa internacional terá já um bom nível de qualidade. É impossivel aos músicos portugueses rivalizarem com os estrangeiros? Pois, acredito, porque eles tocam em...guitarras, não é? Esperem lá, os portugueses também!!

  • Vivemos num país 'hipócrita,medroso, cobarde e conformista'.
Pois, de facto quem faz o país são os portugueses. E o grande português Rui Veloso, apesar de querer ser "inglês ou espanhol", não seria "grande" se não fossem os portugueses (disse"hipócrita"?). E sendo português que é, analisemos:

Quando foi a ultima vez que o Rui Veloso fez um album de qualidade? (Alguns como eu diriam que raras as vezes isso aconteceu). Parece que existe um certo receio de criar algo novo ou experimentar novas sonoridades ("medroso, cobarde"?).

Ou por outro lado, apenas está satisfeito com o estatuto que adquiriu ao longo do tempo e que dezenas de anos a cantar as mesmas musicas lhe proporcionaram. (escusado será dizer:"conformismo"?)
.

E agora, do alto do seu pedestal, cospe em todas as direcções.
Mas parece que quando se ganha o "estatuto" entra-se no estado nirvana e a partir daí logo se vê. Decentemente, se nada têm a dar à musica, anuncia-se uma retirada, de maneira a deixar espaço a quem efectivamente tem algo a oferecer e se encontra sufocado. Mas o deixa-andar sabe melhor... é assim a musica portuguesa. Este é o seu reflexo mais cristalino.
E depois é o país que não corresponde ao nível de exigencia do músico. Parece-me o contrário...hum...


"Tratam-nos como palermas, ou palhaços, e ainda nos passam um atestado de idiotice."

Não é inteiramente verdade mas seria altura de comprovar que a música portuguesa tem algum valor tocando, inovando, implementando identidades musicais e não fazendo figura de coitadinho quando se dá entrevistas. Isso, sem dúvida, merece um atestado de idiotice. Pelo menos passado por mim.


introspecção...uma de muitas.


Sim, sou eu.. Não é preciso tanta admiração!

Nem tanto a ver com o facto de ser um meticuloso e não arranjasse motivos de post, mas devido ao factor aulas e ao factor tempo (relacionado, claro, com um exponencial terceiro factor - preguiça) realmente desleixei-me...

Escrevo agora para partilhar algo brilhante, genial? nem pensar.

Este post é um relato de um episodio veridico que me foi confidenciado. Passou-se há cerca de 3,4 anos. Não é de todo uma historia desconhecida para muitos , mas confesso que só aqui há atrasado é que tomei conhecimento disto. Incrível.

Normalmente há aquelas anedotas de aulas de medicina que envolvem alunos nerds e assim... Esta não tem a ver com nada que tenham ouvido falar até aqui. A não ser que conheçam a historia e a pessoa em questão.

Numa aula de uma cadeira qq de medicina (disseram-me qual mas eu não me lembro) estuda-se o aparelho reprodutivo masculino, mais propriamente a composição quimica do esperma.
A dada altura uma aluna pergunta ao professor catedrático:
-Professor, o esperma é então uma solução rica em açucares, glucose, etc., certo?
-Correcto.
-Então porque é que o sabor é amargo?

Ihhhhhhhhhhh!!

Uma piada recorrente.
Claro, risota geral na turma, e a aluna já nem sequer poderia sair à rua pois dizer uma coisa destas numa aula de medicina é demasiado mau.
O professor, sempre muito digno, deixa passar uns 5 min e o gozo lá diminuiu de intensidade.
E, virando-se para a ruborizada aluna, declara tão somente:

-Isso é porque as papilas gustativas estão situadas mais na extremidade da lingua e não tanto no fundo da garganta...


Tchhhhh...

20 de janeiro de 2008

O Anjo das Pernas Tortas


Garrincha

Viveu com a perna direita enviesada para dentro e com esquerda 6 cm mais curta e torta para fora. Foi o melhor driblador de todos os tempos.

"Em tempos de crise, até os aleijados têm uma oportunidade.", gracejou o treinador Gentil Cardoso, quando Garrincha fez o seu treino à experiência no Botafogo. No fim desse treino, depois de ter sido fintado e visto passar a bola entre as pernas um par de vezes, Nilton Santos (jogador de selecção), pediu encarecidamente à direcção que o contratasse: "Levei tareia o tempo todo. Não quero voltar a jogar contra ele."


João. Não interessava quem era o seu marcador, ele chamava-os sempre por João.
Num jogo no mítico Maracanã, o árbitro Amilcar Cardoso apita qualquer coisa e ninguem percebe. Chega perto de Garrincha e ameaça-o de expulsão se não parasse de driblar o lateral do América.
Ganhou 2 Campeonatos do Mundo (58 e 62), e a Canarinha nunca perdeu consigo em campo em conjunto com Pélé.

Quando saiu dos "gramados", não conseguiu fintar a bebida, que o acabou por matar, fez ontem 25 anos.


17 de janeiro de 2008

Fut 2007

Título
- Internacional
- Nacional

Maior promessa:
- Benzema (O. Lyon)
- Adrien Silva (Sporting)

Maior desilusão / Promessa Adiada:
- Lassana Diarra (Arsenal [Portsmouth])
- Fábio Coentrão (Benfica [Nacional])

Melhor Aquisição (relação custo-rendimento):
- Keita (Sevilha)
- Fajardo (Guimarães)

Maior Flop:
- Tiago (Juventus)
- Bergessio (Benfica)

Melhor Jogador:
- Káká (A. C. Milão)
- Lucho González (F. C. Porto)

Golos

1. Leo Messi, Barcelona vs. Getafe.

2. Ricardo Quaresma, Portugal vs. Belgica.

3. Quagliarella, Sampdoria vs. Chievo.

16 de janeiro de 2008

cine 2007

4 bloggers, 4 estudantes, muito exame. Explicação simples para o minguante número de posts.


Siga-se a tradição bloguista, e com 16 dias de atraso, o top filmes de 2007 (filmes estreados em salas portuguesas até 31 de Dezembro de 2007, "Atonement" ou "No Country For Old Man" não entram neste campeonato).


É, globalmente, um ano fraco para o cinema. A proliferação de produções não se traduziu em melhor qualidade das películas, seguindo a tendência do último par de anos. Voltam a não aparecer obra-primas, nenhum filme estreado no ano passado se arrisca a ser eternizado na história do cinema.

Com um Verão recheado de blockbusters, apenas o 3º Bourne se demarcou da vulgaridade das restantes 'lotações esgotadas'. Além disso, esta mediocridade nas produções mediáticas não se restringiu a Hollywood, o filme Português com maior sucesso de bilheteira foi "Corrupção" e para quem acompanhou o circo à volta desta produção (a realização ficou de fora) isso diz tudo.

Darren Aronofsky arriscou, e embora não me tenha deslumbrado como deslumbrou a crítica, oferece-nos em "The Fountain", uma experiência cinematográfica arrebatante que aconselho todos os interessados em repetir. Por ser um filme que só ganha compleição emotiva com um segundo visionamento, é o primeiro filme a ficar de fora desta lista.
David Fincher não desiludiu.
David Cronenberg conquistou-me.
Mas o melhor veio da Alemanha ...


Top-10 (2007)

1 - Das Leban der Anderen (A Vida dos Outros)
2 - Little Children (Pecados Íntimos)
3 - Zodiac
4 - Eastern Promisses (Promessas Perigosas)
5 - The Dead Girl (A Rapariga Morta)
6 - Hot Fuzz (Esquadrão de Província)
7 - Ratatouille
8 - Half Nelson (Encurralados)
9 - The Poursuit of Happyness (A Procura da Felicidade)
10- Rocky Balboa

14 de janeiro de 2008

Mais um...

... globo de ouro para Jeremy Piven, a par de Hugh Laurie (um dos grande derrotados da edição deste ano) foi, das séries de 2007, o actor que mais gostei de ver.


... para a dupla Burton/Depp


... jogo merdoso do sporting, não me lembro de ver uma época com prestações tão más no campeonato nacional. Passem para segundo depressa, e depois que acabe a porra do campeonato