15 de julho de 2009

Insignificância...

(Assim termina finalmente a minha trilogia: Formigas, Angústias e Insignificância, que já tinha escrito antes de existirem os Abazurdidos)


Toda a gente pensa em jovem que poderá dar o seu contributo à humanidade, ou com o cargo que sonha ocupar, ou com qualquer revolução nos campos das ciências, ou até mesmo na descoberta da cura de certas doenças…

É natural quando somos pequenos querermos ter na nossa vida adulta uma profissão bastante altruísta… ou bombeiro, para salvar as pessoas, ou médico ou enfermeiro, para as curar, ou mesmo até queremos ser algo tipo veterinários, porque gostamos muito de animais, e não entendemos como é que existem pessoas que abandonam os seus próprios animais de estimação…ficamos chocados…


Sempre pensei assim…agora já não.


Algum tempo depois começamos a pensar mais em nós. Penso que se enquadra naturalmente na mentalidade sequiosa do ser humano… Ou pensamos que poderemos ser conhecidos e famosos, ou então que com a nossa profissão nos poderemos tornar pessoas ricas ou importantes nos negócios, por hipótese continua nos nossos planos a profissão de médico ou engenheiro, mas pelas razões menos altruístas… enfim, começamos a ser engolidos pelo mundo capitalista, algo perfeitamente normal, pois sem dinheiro, insurjam-se os poetas e os românticos, não é possível ser completamente feliz no nosso mundo…


Também já pensei assim…agora já não.


Decerto já todos pensámos assim…É triste testemunhar que estes pensamentos comuns nos levam à normalização, ou seja a sermos apenas mais um entre milhões…todos nós queremos ser algo de especial na vida, e acabamos por nos confundir no grupo imenso das pessoas que querem ser especiais na vida… é paradoxal…tornamo-nos comuns mortais…

Sim, é isso, a ideia de sermos mortais, de pensar que podemos deixar o mundo sem uma única contribuição em prol deste é algo sufocante para muitos…que fazer? Desesperar?

Preocuparmo-nos com?

Com o passar do tempo vão-se perdendo oportunidades, chances, esfumando sonhos de uma vida, tornando-nos pouco realizados, pouco enfáticos em relação à vida… tornamo-nos ainda mais cinzentos, normalizados…que raio…é incontornável?


Era algo frequentemente abordado nos meus pensamentos… agora já não.


Há que seguir o impensável por mim, mas que se tornará a inevitável e derradeira saída para o mundo em que vivemos hoje em dia… Há que ter em conta que devemos viver o momento… seguir a tão apelidada por mim: a psicologia da treta…

Como todos sempre pensei nisso como algo muito bonito, mas quase inconjecturável… pensar que devemos viver o momento quando temos uma frequência daqui a uma semana, quando temos contas para pagar, etc.…

Que poderei dizer? Que já quis ser médico e veterinário e ajudar pessoas e animais, que depois me interessou o ramo da justiça, mas cedo se desvaneceu, que optei pelo ramo das novas ciências e tecnologias, o que me poderá facultar bons vencimentos, que poderei um dia ingressar na política mas apenas para ganhar mais algum, como os outros todos que lá estão, que vou ter uma frequência para a semana e ainda não estudei niente?


Claro que já pensei nisto tudo…mas agora não.

Agora não me chateiem… tou a ouvir o último dos Metallica

2 comentários:

Sandra_B. disse...

Acho que te perdeste do caminho da luz quando deixaste de querer ser veterinário... lool.

MarcoAJLopes disse...

LOL
Pode ser, mas depois de ver aquelas fotos...hum...n sei não...

Já agora, o álbum dos metallica era...fraquiiinho!! (vide Gato Fedorento).