13 de outubro de 2009

No ano de 1959 #4

(#1, #2, #3, )

North by Northwest
, de Alfred Hitchcock

Hitchcock poderá ter perdido o autocarro no inicio do filme (num dos seus típicos cameos) mas vocês têm todo o tempo do mundo para embarcar numa viagem por paisagens do mais autêntico norte dos Estados Unidos da América. Desde o ambiente urbano até ao climax em terras de história, enquadrado pelo Plaza Hotel ou pelo Mount Rushmore, North by Northwest não necessita de ser uma obra-prima para negar o conceito que a verosimilhança é condição essencial para a seriedade do filme.


Durante as mais de duas horas que Hitchcock no espicaça o córtex da curiosidade, o elemento fantástico funciona apenas como substrato de onde se edifica um drama que nunca esmorece, por obra de uma linha narrativa escorreita que não empata nem deixa de temporizar o desvelar do mistério. Assistimos também à exploração inteligente duma paradoxal relação forma/contexto, em que os momentos mais fortes são sempre embrulhados por uma postura descontraída e discurso bem-disposto.
Cary Grant, no filme pelo qual mais facilmente será lembrado, por meio da sua figura respeitável e simultaneamente atingível é o condutor ideal desta peça icónica do cinema de Hitchcock.


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