16 de outubro de 2009

No ano de 1959 #5

(#1, #2, #3, #4, )

Hiroshima mon Amour, de Alain Resnais

Elle
: Were you here in Hiroshima?
Lui: Of course not.
Elle
: That's right. How silly of me.
Lui
: But my family was in Hiroshima.
Lui: I was off fighting the war.
Elle
: Lucky for you, eh?
Lui
: Yes.
Elle
: Lucky for me, too.


Escrito por Marguerite Duras, é um dos mais belos poemas visuais, animado pela lente predominantemente emotiva de Resnais, sobre a influência das recordações na criação da identidade e na sua maturação. Identidade individual (Elle, Lui) e colectiva, não só de um povo ou nação, mas sobretudo de humanidade. Uma minimalista mas nem por isso inócua projecção da condição humana nos objectos da mesma, mulher e homem, e na relação entre eles. Quase um Adão e Eva não-teológicos numa civilização em convulsão.
No fundo, uma contemplativa reflexão sobre memória, por alguém que insiste em nos lembrar dos nossos mais recentes pesadelos (Nuit et Brouillard).

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