27 de junho de 2007

Tipos de Música Preferidos?

Agora espaço para uma pequena brincadeira interactiva com os nossos leitores. Se me esqueci de algum género muito díspar destes abaixo afixados, ou gostariam de ver um ou outro género também no sufrágio, podem indicar nos comentários. Estes servem também para troca de opiniões, claro. Participem!

Qual a tua preferencia em termos musicais?
Pop
Classic Rock
Progressive Rock
Hard Rock , Heavy Metal
Punk , Alternative Rock
Jazz, Blues, Soul, etc.
Hip-Hop, Rap, etc
Electronic, House, Techno etc
Indie, Reggae, Folk Music
Classic, Instrumental
Outro
  
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Cumps

23 de junho de 2007

MIKA: Discípulo de Supertramp?


Facto: Tem sucesso.
Mika é uma das novas revelações do panorama pop internacional.
Eu que sou claramente um crente (pff…) em toda a música pop actual, com as aguileras, as madonnas, etc., resolvi recorrer a uma introspecção.

No imediato,quer dizer, na fase de pré-audição (portanto, antes de ouvir a fundo), não gostei (lol). Tenho já intrínseco que música comercial não me chama à atenção.

–>Conceito pessoal de música comercial: música pouco trabalhada com meia dúzia de acordes harmónicos maiores e/ou menores que produzem uma sonoridade que fica no ouvido.<-

Segunda impressão: mas que voz tão parva! Mas há alguma necessidade disto? Estou eu para aqui a furar os tímpanos com isto. Sinceramente pensei: não gosto da musica do MIKA.
Nova introspecção: mentira, não estou a gostar é da forma de utilização da voz.

Conversa puxa conversa, consigo já assemelhar algumas músicas dele em certos aspectos a Supertramp. A conciliação do electrónico será certamente o futuro da boa música. Esperemos para ver.

Conclusão: Musica interessante, traços de Supertramp claros mas não muito concisos, vocal bastante exagerado. Vamos seguir a evolução do jovem nos próximos trabalhos. Como se diz no futebol, este felizmente ainda tem margem de progressão. Que não se torne um Carlos Martins…

MIKA






SUPERTRAMP


MIKA: Discípulo de Supertramp? Não. Parecido, mais actual, mas não tão genial. No geral é bastante irritante, mas tem meia duzia de bons apontamentos em certos temas.

22 de junho de 2007

Uma vénia ao Sr. Google


Após um mês de publicações e contínuo uso do Google Analytics, apraz-me elogiar estes 'gajos'. 900% de valorização da empresa é pouco, para quem mudou tão radicalmente o uso e o próprio conceito de internet. Ja ninguém diz: pesquisar na net. Vou mas é ao Google e trato disso. Já agora, aproveito, passo pelo YouTube e apanho uma barrigada de golos do fim-de-semana, logo depois de ter chegado de um passeio rústico de BTT, guiado pessoalmente pelo amigo Google Earth.
Toda esta bajulação vem a propósito do Analytics, que com um rigor fantástico, nos discrimina como vocês vêm parar ao nosso estaminé.
Hoje mostramos como o Google (motor de pesquisa) transporta os seus transeuntes até nós, que significam 18,01% de fonte de tráfego do nosso blog.

Acho fantástico como alguém vem aqui cair, quando procura esclarecimento sobre se as formigas sentem ou não dor (n.º 6), tal como toda uma panóplia de questões existênciais das formigas (n.º 11, 18 e 23). Igualmente deliciosas são as passagens "porque doe o diafragma" (n.º 7) e "desenho taxista" (n.º 29).

20 de junho de 2007

Espanhois

É meu dever, como amigo (e agora fã) dos "espanhóis" mais famosos do DEEC, lançar aquela que será uma longa e bem sucedida carreira no mundo do espectaculo. Creio que serão o numero dois de Portugal, logo a seguir ao Marco Paulo.

19 de junho de 2007

Santiago "Hollywood" Bernabéu

Blockbuster de 90 minutos.

Montra das estrelas.


Drama.



Mais drama.


Ponto de viragem.


Glória!


Um herói perdido (esquecido).

15 de junho de 2007

Alba


Parece que a menina Alba gosta do amor pouco duradouro. Compreende-se e, inclusivamente, agradece-se.

Diz ela á revista Cosmopolitan que, no fundo, tem mau acordar:

"I just wanted to see what it was like to be with different people. I don't think a girl's a slut if she enjoys sex... I could have a one-night stand, and I'm the kind of girl who looks over in the morning and is like, 'Do you really have to be here?' I don't need to cuddle and do all that stuff because I know what it is and I don't try to make it more."
A actriz referiu-se ainda aos seus longinquos 12 anos de idade:
"Even when I was a virgin and wanted to marry the first guy who I slept with, I never passed any judgments about that. But now I'm done with dating around."

A única coisa que me lembro de vos dizer é... "primeiros".

Noticia The Sun

14 de junho de 2007

Acto de genialidade

"... Elle se dégagea pour lui, des qualités charnelles dont il n'avait rien à obtenir; et elle alla dans son couer, montant toujours et s'en détachent, à la maniére magnifique d'une apothéose qui s'envole. C'était un de ces sentiments purs qui n'embarrasent pas l'exercice de la vie, que l'on cultive parce qu'ils sont rares, et dont la perte affligerait plus que la possession n'est réjouissante. "

("... Emma desprendeu-se, para ele, das qualidades carnais, de que não tinha nada a conseguir; e, no seu coração, foi sempre subindo e destacando-se, à maneira magnífica de uma apoteose que arrebata. Era um daqueles sentimentos puros que não embaraçam o exercício da vida, que se cultivam porque são raros e cuja perda daria mais tristeza do que a sua posse satisfação.")

Gustave Flaubert, em "Madame Bovary".

11 de junho de 2007

Sarah Silverman

Ar inocente, calma e textos impressionantes, ritmados. Não sou grande adepto do programa de Sarah Silverman. Limitei-me a ver a primeira metade do primeiro episódio, é certo. Mas deixem a senhora subir a um palco, passem-lhe um micro para a mão, e por amor de deus, deixem-me ver.

No youtube (amigo de todos nós) facilmente se encontram pérolas da norte americana. Mas esta é a mais recente, devido aos problemas de copyright também a mais difícil de encontrar (por enquanto).

Agora, senhores e senhoras, uma pedaço de magia, que me arrancou gargalhadas atrás de gargalhadas.

(EDIT: O vídeo desapareceu, aqui fica um novo, que não é do youtube, portanto mais improvável de ser removido. Com bónus no inicio, a parte da Paris é na segunda metade do vídeo)



Delicioso, o ar da Paris Hilton.
Delicioso, o aplauso do publico.
Delicioso, Jack Nicholson. Se nos próximos dias me pedirem para imaginar uma cara que me transmita puro prazer, é a cara de este senhor que me vai surgir. E outra gargalhada aparecerá.

LINDO! LINDO! LINDO!
LINDO!

9 de junho de 2007

A History of Violence


"How do you fucked that up!"
Como, Cronenberg? Como é que lixaste isso?
Uma hora e meia da minha vida que não vou recuperar. Expliquem-me! Expliquem-me porque é que tanta gente gostou deste filme. Eu não percebo!
Adaptado da banda desenhada com o mesmo nome, de que nunca tinha ouvido falar, "A History of Violence" mostra-nos a inversão de rumo que sofre a vida de um dono de café de uma pacata vila do interior Norte-Americano, a quando da passagem por esta de uns bandidos forasteiros. É a historia de um homem cheio de mistérios, a matar homens misteriosos que trabalham para gente ainda mais misteriosa.
Filme super lento, de drama muito forçado e insípido, adiciona o espectador ao rol de vítimas evitáveis da película. Nem a característica enigmática de Tom Stall (Viggo Mortensen) nos desperta de uma sonolência induzida. Super irrealista, leva-nos aquelas situações ridículas em que os 'mauzões' quando apanham os 'bons', colocam-nos em situações de evasão fácil em vez de lhe espetarem chumbo na mona.
4 estrelas, mas apenas por respeito a William Hurt, que na personagem de Richie Cusack, tenta salvar a obra de uma mediocridade que ele não merecia.
**********

Realizado por:
David Cronenberg

Escrito por:
John Olson
e Banda Desenhada por:
John Wagner
Vince Locke

Elenco:
Voggo Mortensen
Maria Bello
Ed Harris
William Hurt

IMDb
Trailer

8 de junho de 2007

The Pursuit of Happyness


"Nunca deixes alguém dizer que não podes fazer alguma coisa!"

Já sei o que vão dizer: "Bah, tem o Will Smith, deve ser um daqueles filmes de sábado à tarde!". Até pode ser, mas então é uma daquelas tardes de tempo esquisito, céu nublado, depois um sol que cega, aguaceiros também, depois mais sol, ..., daqueles dias que nos fazem duvidar se a terra gira ao contrário e num dia se sentem as quatro estações. Tal como um dia nos pode oferecer vários estados climáticos, este filme expôe-nos a uma torrente de emoções.
Bem sei que está cheio de clichês, como a citação que escolhi, um "self-made man", a fazer pela vida, quando tudo rema para o caminho contrário, à procura da felicidade num sítio onde não sabem que "happyness" se escreve com um 'i' no lugar de 'y'. Mas na verdade, este filme é feliz na concretização do objectivo a que se propôe: comover o espectador. E fá-lo partindo de um 'plot' muito esquisito, um negociante que gasta todas as suas poupanças numa parafernália de scanners de densidade óssea, a augurar um negócio das Arábias.
Gosto de filmes que mexam comigo, que me façam viver o personagem, por isso gostei muito de "The Pursuit of Happyness". Não é nenhuma obra prima, mas a realização soube aproveitar os momentos dramáticos do filme, jogando com cores quentes e planos bem 'moldurados'. Na banda sonora, 2 minutos de "Higher Ground" de Stevie Wonder 'enchem' o filme.
8 estrelas, vejam e digam-me se é um abuso.


"The Pursuit of Happyness"
(Em busca da felicidade)
2006

Realizado por:
Gabliele Muccino

Escrito por:
Steve Conrad

Elenco:
Will Smith
Jaden Smith
Thandie Newton

IMDb

6 de junho de 2007

Salazar - O "santinho" do taxista

Hoje quando ia para a estação de comboios do oriente resolvi apanhar um táxi dada a quantidade de tralha que trazia. Até aí tudo normal... Mal entrei no carro, deparei-me com uma situação, que não sei muito bem como classifica-la.Talvez... diferente... sim... talvez seja essa palavra.
Entrei para o banco de trás, sentei-me, olhei para a parte da frente do carro, para verificar se o senhor taxista teria em exibição o seu cartão de profissional, não fosse ele ser um doido qualquer que rapte pessoas...lol. Tinha...uff! mais descansada...lol.
Quando direccionei o meu olhar mais acima, nomeadamente para o espelho do automóvel, mais precisamente para a zona onde as pessoas têm por hábito pendurar objectos cheirosos, bonecos parvos, emblemas de clubes de futebol, ou no caso dos mais crentes, terços (mais vulgar) ou imagens de santos eis que me deparo com um “santinho” invulgar, quer dizer... de santo tem pouco, mas para o senhor taxista deve tratar-se de uma divindade, a avaliar pelo tratamento da dita cuja imagem. Talvez seja exagero, mas deu-me a ideia que tal obra teria sido feita a mão... um cartão recortado, com a fotografia colada por cima e com duas incrições: superiormente “António Oliveira Salazar” e na parte inferior “o obreiro da pátria. Achei aquela situação um pouco rídicula, mas enfim... já percebo melhor porque é que o tal senhor “que nós sabemos” foi votado o maior português de sempre, este tipo de fanatismo leva certamente alguém a ligar vezes sem conta para contribuir com o seu voto!

APELO AO SENHOR TAXISTA:
Senhor taxista, se for um adepto da internet e acabar por visitar o nosso blog, o que é provável, sendo que este tem vindo a adquirir uma grande dimensão (lol), ficam aqui três conselhos que humildemente me proponho a oferecer-lhe: primeiro, deixe de rezar lá ao senhor salazar que ele milagres não faz. Depois repense lá um "cadito" os seus príncipios, se o regime que esse senhor gostou de impôr no nosso país e que pelos vistos tanto apreciou, ainda fosse vigente, a partir deste momento eu estaria a ser procurada pela polícia (o que seria uma pena) e o senhor não teria um post dedicado a si e ao seu táxi, durante muito tempo, na internet. Mas pronto, gostos são gostos. Terceiro conselho: controle o seu vocabulário, que torna-se um pouco desagradável fazer a viagem toda a ouvi-lo a dizer três palavrões por cada conjução de três palavras (que não se pode chamar de frase).

5 de junho de 2007

A arte aliada à matemática - ESCHER

"A finalidade da arte é dar corpo à essência secreta das coisas, não é copiar sua aparência."(Aristóteles)

Há uns tempos, no liceu, fizemos uma visita à ESTG (leiria). Lá, foram-nos apresentadas várias exposições relacionadas com cada um dos cursos leccionados na escola em questão. Lembro-me de ver esta imagem e ter ficado pasmada com a sua genialidade. Memorizei o nome do autor (que não conhecia) para quando chegasse a casa poder informar-me acerca do mesmo. Lembrei-me, portanto, de expôr aqui no blog a tela que tanto me despertou interesse na esperança que tenha o mesmo efeito sobre os nossos leitores.

O autor chama-se Maurits Cornelis ESCHER e a tela foi intitulada "Mãos escrevendo-se” tendo sido realizada em 1948. Nesta tela, Escher, mistura de forma genial, objectos a duas e três dimensões criando a ilusão que duas mãos irrompem pela tela desenhando-se mutuamente.

Escher nasceu no dia 17 junho de 1898 em Leeuwarden (Holanda). Em 1919 ingressou na escola de arquitectura e artes decorativas, inicialmente frequentando o curso de arquitectura, vindo a troca-lo posteriormente pelo de artes decorativas.

A sua vasta obra é marcada pela obsessão pela estrutura e pelo espaço, pelo recurso a formas geométricas, pela criação de padrões repletos de vida e sobretudo pelos seus desenhos ímpossiveis e pela capacidade de criar ilusões espaciais.

Não teve formação em matemática, sendo maioritariamente um autodidacta neste campo. Os matemáticos demonstravam na altura (e ainda actualmente) um grande interesse e fascínio pela sua obra, facto esse que agradava Escher imensamente."Confrontando os enigmas que nos rodeiam e considerando e analisando as observações que fazia, terminei nos territórios da Matemática. Apesar de não possuir qualquer conhecimento ou treino nas ciências exactas, sinto muitas vezes que tenho mais em comum com os matemáticos do que com os meus colegas artistas" dizia.

"Uma mão com a esfera reflectora” (em cima) é apenas mais uma das inúmeras obras resultantes do seu enorme talento. Nesta tela, Escher representa o seu quarto comprimido dentro de um espelho em forma de esfera. No centro, encontra-se a sua cabeça, mais precisamente o ponto entre os seus olhos, “o ego era o caroço inabalável do seu mundo”.

Vale a pena fazer uma pesquisa mais alargada sobre este artista intemporal, que possui composições extraordinárias que deixam qualquer um (leigo como eu, ou mais entendido na matéria) de boca aberta. :)

Por causa das coisas...

4 de junho de 2007

O abraço da alma.

Buenos Aires, 25 de Junho de 1978.

Final do Campeonato de Mundo de Futebol.

Após um prolongamento dramático, a Argentina vence em casa por 3-1, a uma selecção Holandesa sem Cruyff, que se recusou a jogar num país onde as pessoas "desapareciam" por acaso. Num dos momentos mais conturbados da história do país, a selecção nacional oferece aos argentinos uns efémeros momentos da mais pura felicidade. Um jogo de futebol transcendeu a sua relevância normal, e naquele relvado se depositou a única réstia de esperança de todo um povo. No momento da vitória, na celebração de um sentimento tão puro e intenso que não poderemos imaginar, o guarda-redes gaúcho, Ubaldo Fillol ajoelha-se no relvado, abraçando o companheiro de equipa Alberto Tarentini. Uma das milhares de pessoas que invadiram as quatro linhas, aproxima-se deles, Víctor D' Aquila, um homem de 46 anos, sem braços desde os 12, debruça-se sobre os heróis do "Monumental de River". Ficariam imortalizados numa fotografia de Ricardo Alfieri, a que chamaram: "O Abraço da Alma" (El abrazo del Alma).

3 de junho de 2007

Angústias...

Todas as manhãs, dou comigo a acordar e a espreitar pela janela. Seja qual for o meu estado de espírito, é certo e definitivo que o ambiente lá fora vai afectar a minha forma de estar durante o dia…acordando triste ou feliz, o sol, o astro que todos designam por rei, ou a ausência dele no meu dia, irá sempre interferir no meu subconsciente, e consequentemente no meu modus operandi quer queira, quer não…aliás, penso que toda a pessoa se apercebe e certamente (inconscientemente) espreita lá para fora…

Hoje não olhei.

Hoje não espreitei…hoje não tive vontade de perscrutar o estado do tempo, em busca de refúgio para este sentimento, este temporal sem fim que se abate sobre a minha mente, já de si própria sísmica…porquê? Não tive coragem…

Como poderia eu sair para a rua esta manhã, sabendo que o tal astro-rei nem sequer compreendeu a minha luta interior, e está a brilhar radiosamente, como se eu simplesmente não existisse, como se eu simplesmente não estivesse em pleno conflito…por outro lado, se o próprio sol não aparecesse hoje, eu realmente compreenderia que a minha luta é tudo menos efémera e afecta o mundo à minha volta…

Mas quem me julgo? Alguém soberanamente poderoso e importante para que todo o mundo gire à minha volta? Alguém insignificantemente insignificante para que todo o mundo me ignore?

Não, decerto…mas apenas alguém que não acordou bem hoje. Só isso...

Estou em frente à televisão…em pequeno acordava muito cedo para ver os desenhos animados que eram transmitidos pela televisão, e bebia-os com sofreguidão, sempre que podia, sempre que me deixavam…aquela caixa tornou-se em tempos a minha dependência…aliás, de qualquer criança…

Agora estou em frente à televisão…alguém fala mas não consigo ouvir…passam imagens que não consigo compreender ou associar…tudo algo vago, desfocado, longínquo…não tenho paciência. Mudo de canal…outra vez…e outra…

Desligo-a. Não tenho cabeça.

Vou à cozinha…procuro algo que me conforte e me aqueça por dentro…café é algo aconchegante…talvez…mas mera ilusão…torna-se morno, frio ao passar pelo meu aparelho digestivo…sinto-me pior, indisposto…o que é que se passa comigo hoje? Porque não fui ver como estava hoje o tempo? Não, é melhor não…

Talvez um duche.
O meu chuveiro encharca-me com água há quinze minutos…vinte…meia hora…

Nem reparo. Desligo-o inconscientemente…saio do banho, as minhas mãos vestem-me sem lhes pedir…automaticamente. Hoje não estou bem…hoje não acordei bem…

Que sentimento é este que me consome? Quero gritar, mas sei que a minha garganta rebentaria…quero desaparecer, fugir, mas de nada me serve…

Quero chorar.
Sinto que se começar, não tenho a certeza de conseguir parar…
Mas porquê? Mas que tempo está lá fora? Vou ver.

Subo as escadas lentamente…pondero…hesito…reflicto…se calhar…

Mas já cá estou em cima…não posso recuar e entro no quarto…porém isto que toma posse de mim intensifica-se…que aperto no coração…que ansiedade…que angústia…

Aproximo-me da janela…afasto os cortinados…ergo as persianas…