30 de julho de 2007

Porque a excepção faz a regra



Não há, no futebol, profissão mais romântica que a do olheiro. Famosa ficou a história da descoberta de George Best. “Dear Sir, i think i’ve found you a genius.”, lia-se no telegrama enviado por Bob Bishop a sir Matt Bugsby.



Para compilar um relatório de um jogador, é necessário no minímo a observação de 3 jogos seus. Jogos não sequenciais, contra tipos de adversários distintos (vs. 1 grande, vs. 1 pequeno, vs. um rival ou jogo decisivo). No entanto, há jogadores que pelas suas características, 5 minutos chegam para constatar o seu indúbitavel talento. Penso nisto quando observo Fábio Coentrão ao longo do Campeonato do Mundo Sub-20 e Adrien Silva na segunda parte contra o V. Guimarães.
Não sei se, duranto o tempo que vi o jogo do Sporting, Adrien tocou mais de 10 vezes na bola, mas os momentos em que o fez, chegaram. Recepção tranquila, drible pela progressão e não drible pelo drible, opção/‘timing’ e direcção certas no passe, tudo coisas que aprendem nos infantis, mas que na alta competição distinguem os que jogam e os que apenas ‘andam por lá’.

Observando com mais atenção (jogo vs. Lille), digo que lhe falta mais agressividade a defender conjugada com uma mais rápida mudança de atitude/posicionamento na transição defensiva, sobretudo se for aposta na posição 6 (a sua natural posição), também deve rematar mais (este factor ganha mais importância se jogar mais adiantado). Acho engraçado como são estes jogadores que poupam tempo quando se revelam, que nos deixam menos dúvidas do seu real valor, do que jogadores que analisamos durante competições inteiras, como Coentrão na selecção nacional.
Não quer isto dizer que o jovem benfiquista não vá ter igual ou maior sucesso que seu colega rival, apenas que sobre o médio do Sporting ja ninguém dúvida.

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