22 de setembro de 2007

A que futuro nos levará este presente?

Vou parecer uma velha a escrever sobre este assunto, mas tenho tido conversas, sobre isto,com os meus amigos, que na sua maioria têm escapado à onda de idiotice que se tem vindo a gerar e que me intriga e me faz uma certa confusão. Então resolvi escrever... Ou seja... no fundo, no fundo... parece-me que muita gente julga que a sua vida real se trata de uma versão dois dos “morangos com açucar”.

Tenho vindo a reparar na onda de futilidade em que a nossa geração tem vindo a entrar, na ausência de objectivos e de sonhos, que ultrapassem as roupas, telemóveis e marcas que querem mostrar aos amigos.

Não quero com isto afirmar que tenho aversão ao materialismo, enfim, na sociedade em que vivemos torna-se complicado não nos apegarmos a certos bens. Admito que também tenho as minhas futilidades, como todos nós, mas quer dizer, parece-me que há limites... é que tenho ouvido cada coisa, que parece irreal...

Pensei que a nossa geração seria a esperança para um futuro mais brilhante, para um mundo mais justo e harmonioso, mais igual e mentalmente mais desenvolvido... mas julgo que tenho estado estupidamente iludida...

Quando tenho vindo a ver que o cérebro da maioria da juventude não tem vindo a ter grande utilidade (e tendência a regredir!), quando percebo que para grande parte das pessoas não é importante o conhecimento, o saber, o avanço, a evolução e tudo o que não se resuma ao seu próprio umbigo, à roupa nova que têm para mostrar aos amigos e ao desespero em não irem de férias para uma ilha paradísiaca porque não têm cara para o admitir perante os amigos nem terão fotos para lhes mostrar (isto é veridíco). Quando vejo que o que tem valor é andarem a mostrar-se todos os dias com o novo penteado... podem ter chumbado cinco vezes no 6ºano, mas vergonhoso é não estar “in”, não ir de férias para a república dominicana ou ser inteligente e estudioso!... penso... em que mundo estaremos nós?

Num mundo que caminha para um abismo irremediável e que será dominado pela idiotice e pelas aparências... ou será que há esperança que este ainda se torne um mundo de meios termos, que não seja dominado por dogmas nem preconceitos, nem dominado pela “diarreia mental” (linda a expressão_lol) que tenho vindo a observar?

2 comentários:

Anónimo disse...

Partilho a tua preocupação. Até porque observo e lido com essa geração todas as semanas, e vejo que essas atitudes e forma de estar deixaram de ser pontuais, (sempre houve gente a saber mais dos preços das coisas que as outras pessoas compram do que a saber quem é o PR ou o PM de Portugal), e passaram a ser a norma, comuns a toda a gente. E quem viver doutra forma é que é o atrasado e anormal.

MarcoAJLopes disse...

Um bocado drástico, digo eu, mas com grande fundo de verdade!
Toda essa "diarreia mental" (genial, efectivamente, lol) tem como causa as pessoas viverem acima das possiblidades (pegando nas aparencias perante os viznhos, etc), levando as pessoas a contrair emprestimos exorbitantes, acabando falidos,etc.
Pegando só por aí...
É, de facto, preocupante.

Mas nunca estive perante uma situação em que essa obsessão pelo "in", etc., fosse considerada superior a algum tipo de cultura ou ambição ou projecto futuro de alguém...felizmente pra mim, digo eu.