15 de dezembro de 2007

Espírito natalício

Muitas vezes, paro e fico a olhar o que me rodeia, a absorver os detalhes, a questionar-me sobre certos aspectos da vida, ou simplesmente a observar as pessoas...

Existe alguém que "volta e meia" gosta de referir que sou um ser esquisito e talvez não seja grande mentira... Mas enfim, “ cada burro com as suas manias”.

Nesta época natalícia, esse tipo de observações tornam-se particularmente enriquecedoras.

Tudo transpira natal... as cores, os cheiros, os paladares...

A caminho da faculdade, o autocarro fica o que me parecem ser séculos parado no trânsito da rotunda do marquês. Olho em volta, e aproveito para apreciar a beleza do NATAL; as pessoas continuam a correr de um lado para o outro, esse facto não muda... mas trazem sacos nas mãos, com embrulhos coloridos, laços, presentes grandes e pequenos. Ilusão minha ou talvez não, as pessoas estão mais alegres. É inevitável, esta altura é dedicada àqueles que mais gostamos. Passamos mais tempo a pensar neles e temos necessidade de os presentear; de preparar coisas boas e bonitas para a ceia, para que os raros momentos em família que se vivem hoje em dia sejam mais perfeitos.

A montra do café tem uma mesa cheia de supostos embrulhos, há bolos-rei e enfeites. Na esquina, há o senhor que vende castanhas... cheira a elas... e estão quentes, contrastando com a temperatura que se verifica e que nos obriga a andar cheios de roupas. E para completar o quadro, no início da avenida da liberdade há uma escultura que diz AMOR em letras gigantes! À noite quando regresso, o meu lado infantil revela-se em força e tal como em criança continuo a ficar maravilhada com a imensidão de luzes, que invadem lisboa e tantas outras cidades.

Mesmo sabendo que as próximas semanas vão ser aterradoras, de estudo intensivo e preocupações acrescidas, não consigo deixar de me sentir extremamente calma e feliz e de reparar em tudo; nas luzes, nas músicas de natal e nos homenzinhos de barba com barriga de vinho que se vestem de pais natal e fazem as crianças sonhar, no senhor das castanhas que torna os dias gélidos mais confortáveis e de pensar no quão perfeita é esta época.

Talvez isto tudo seja apenas uma camuflagem das coisas más que assolam o mundo, mas o meu lado infantil e sonhador que se manifesta ainda mais nesta altura, permite-me acreditar que a cada ano que passa estas coisas bonitas se vão tornando mais reais e passíveis de apreciar por um maior número de pessoas. E que cada vez mais teremos todos, pelo menos, um natal mais quente e preenchido de afectos.

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