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18 de junho de 2010

José Saramago [1922-2010[

«Ficou um largo silêncio depois destas palavras, Maria à espera que Jesus falasse, Jesus dando voltas a uma inquietação que não conseguia dominar. Por fim, perguntou, Aquilo que penduraste na porta para que nenhum homem entrasse, vais retirá-lo. Maria de Magdala, (...) Fez uma pausa e rematou, O sinal que está dependurado na porta, continuará lá, (...)»

em 'O Evangelho segundo Jesus Cristo'.

30 de julho de 2009

Olá campistas,

encontrámo-nos este ano outra vez.

Além de ir a banhos e pôr ao sol, que tal 500g disto para um bom Agosto de férias.

TV:
  • Mad Men (Rtp2)
  • 30 Rock (Rtp2)
  • The Office (Tvi)

Cinema:
A estrear:
  • Two Lovers
  • Public Enemies
  • Up

DVD recente:
  • Revolutionary Road
  • A Outra Margem
  • Paris, je t'aime

DVD clássico:
  • 12 Angry Man
  • Sweet Smeel of Success
  • Roman Holiday

Música:
Ao vivo:
  • Leonard Cohen. Lisboa, 30 de Julho.
  • Seal. Cascais, 31 de Julho.
  • Joss Stone. Cantanhede, 1 de Agosto.

Em casa:
  • Anthony and the Johnsons - The Crying Light
  • Rodrigo Leão & Cinema Ensemble - Mãe
  • Charlie Parker - Parker's Mood
Ler:
  • Richard Yates - Revolutionary Road
  • Valter Hugo Mãe - O remorso de baltazar serapião
  • Cormac McCarthy - The Road
Comer q.b.
Dormir q.b.
Preocupações 0g.
Agitar com companhia
e servir numa praia perto de si.

18 de abril de 2009

"Luz e Escuridão" de Stephanie Mayer

Finalmente algo que voltou a viciar-me após a emocionada(ante) despedida de Harry Potter. A saga "Luz e Escuridão", de Stephenie Mayer, a escritora do momento. Desengane-se quem julga tratar-se do mesmo cliché de sempre: vampiros, mordidelas, sangue e lutas. S. Mayer soube pegar num tema mais que batido na ficção e convertê-lo numa história repleta de originalidade e emoção, que tende a agarrar-nos do ínico ao fim. Trata-se de uma escrita simples e fácil, agradável e sedutora de tão doce. Não se trata de uma história de amor comum, básica e já vista. A base da saga é de facto um tema, julgámos nós mais que saturado, mas Mayer conseguiu reinventá-lo de maneira eficaz. Funciona e vende muito, é um facto. Mas o comercial não é necessariamente mau, como muita gente gosta de pensar.
"Luz e Escuridão", a saga iniciada por "Crepúsculo", que se continua com "Lua Nova", "Eclipse" e agora "Amanhecer", encerra duas personagens principais incrível e surpreendemente ricas. Edward Cullen, o assombroso e perfeito vampiro... um dos personagens mais aliciantes dos últimos tempos... deslumbrante no verdadeiro sentido da palavra. Capaz de lutar contra os seus instintos mais básicos, mais sufucantes e turturantes pelo amor de uma Bella, que se olha de modo completamente desfigurado, que não se vê, nem é vista talvez porque a sua riqueza interior não é visível aos olhos de todos, dos "tolos", alguém me disse... os tais que veêm superficíes. A sedução e o enebriamento mútuo das personagens envolvem-nos num clima tenso, que vai muito além das típicas peripécias vampirescas; onde nos vemos arremessados para um mundo de relações complexas, neste caso, não apenas humanas, onde as diferenças se tornam de facto obstáculos, mas não impedimentos. As relações entre pais e filhos que se veêm como desconhecidos, relações maternais à distância, o poder da amizade, do amor romântico e familiar, são ingredientes de uma história no sentido literal irreal... mas que nos faz acordar os sonhos e pensar que podemos ser muito mais que isto, meros humanos conformados e cegos perante as magias da vida.












Eu vou passar agora para o "Eclipse" e não quero parar. Estou oficialmente viciada!

22 de julho de 2008

Olá campistas

Pois é, finalmente o descanço do guerreiro.
Finalmente férias.
Férias de papo para o ar.
E férias a consumir o que os exames não nos deixaram consumir.

Minhas sugestões para bons consumos:

TV/Séries
  • Californication
  • Extras

Cinema
Em sala:
  • Batman, The Dark Knight.
  • Tropa de Elite (para quem ainda não viu).

Em DVD:
  • Le Scaphandre et le Papillon.
  • The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford.
Música
Ao vivo:
  • Diana Krall - Cool Jazz Fest, dia 30 de Julho, Oeiras.
  • Herbie Hancock - Porto Blue Jazz, dia 6 de Agosto, Porto.
Em CD/mp3:
  • Dead Combo - "Lusitana Playboys".
  • António Pinho Vargas - "Solo".
Literatura
  • José Saramago - "Ensaio sobre a cegueira" (também para preparar o filme, sim).
  • Philip Roth - "Indignation".
Boas férias.

28 de abril de 2008

E ao 3º dia...

As Portas que Abril abriu

«Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.

(...)

Era uma vez um país
de tal maneira explorado
pelos consórcios fabris
pelo mando acumulado
pelas ideias nazis
pelo dinheiro estragado
pelo dobrar da cerviz
pelo trabalho amarrado
que até hoje já se diz
que nos tempo do passado
se chamava esse país

Portugal suicidado.

(...)

Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.
Disse a primeira palavra
na madrugada serena
um poeta que cantava
o povo é quem mais ordena.

(...)

Foi esta força viril
de antes de quebrar que torcer
que em vinte e cinco de Abril
fez Portugal renascer.
E em Lisboa capital
dos novos mestres de Aviz
o povo de Portugal
deu o poder a quem quis.»

in SANTOS, Ary dos.- As Portas que Abril Abriu. Lisboa, 1975.

5 de abril de 2008

"Concerto para corpo e alma"

Há imenso tempo, anos até, encontrei esta poesia, por acaso na internet e fiquei apaixonada pela sua simplicidade e pelo sentido que fazia na altura na minha vida... Guardei-a, partilhei-a e entretanto perdi-a... Hoje, não sei porquê lembrei-me dela, reli-a e não resisti a postá-la...

"Concerto para corpo e alma"

"Compreendi que a vida não é uma sonata que, para realizar sua beleza, tem que ser tocada até o fim. Dei-me conta, ao contrário, de que a vida é um álbum de minissonatas. Cada momento de beleza vivido e amado, por efêmero que seja, é uma experiência completa que está destinada à eternidade.
Um único momento de beleza e de amor justifica a vida inteira." (Rubem Alves)

3 de abril de 2008

Excertos - Rio das Flores

"(...) Tenho medo de uma coisa que tu não temes: que, depois de conhecer a liberdade, de ter viajado e vivido em países livres, não me volte a habituar a viver de outra maneira. Tenho medo que a liberdade se torne um vício, enquanto que agora é apenas uma saudade."

"(...)Há decisões que se tomam e que se lamentam a vida toda e há decisões que se amarga o resto da vida não ter tomado. E há ainda ocasiões em que uma decisão menor, quase banal, acaba por se transformar, por força do destino, numa decisão imensa, que não se buscava mas que vem ter connosco, mudando para sempre os dias que se imaginava pela frente. Às vezes são até estes golpes do destino que se substituem à nossa vontade paralisada, forçando a ruptura que temíamos, quebrando a segurança morta em que habitávamos e abrindo as portas do desconhecido de que fugíamos".

"(...)Quem nunca sofreu por amor nunca aprenderá a amar. Amar é o terror de perder o outro, é o medo silêncio e do quarto deserto, de tudo o que se pensa sem poder falar, do que se murmura a sós sem ter a quem dizer em voz alta. É preciso sentir esse terror para saber o que é amar. E, quando tudo enfim desaba, quando o outro partiu e deixou atrás de si o silêncio e o quarto deserto, por entre os escombros e a humilhação de uma felicidade desfeita, resta o orgulho de saber que se amou."

In "Rio das Flores" de Miguel Sousa Tavares

26 de setembro de 2007

Novo provérbio

"Encostei o meu braço ao teu e comecei a transpirar. Sentia uma vontade violenta de me desmoronar em ti. Não, não era fazer amor. Fazer amor não existe, porra, o amor não se faz. O amor desaba sobre nós ja feito, não o controlamos (...) sofremos-lhe apenas os estilhaços, que nos roubam vida e vontade. Eu queria oferecer-te o meu corpo para que o absorvesses no teu. Para que me fizesses desaparecer nos teus ossos."

«Fazes-me falta», Inês Pedrosa



Quem cita assim, não é parvo.

12 de agosto de 2007

12 / Agosto / 1907


Nasci subversivo.

A começar por mim - meu principal motivo
de insatisfação.

- Miguel Torga

15 de julho de 2007

UAH?!?

Está para entrar em vigor a unificação da Língua Portuguesa que prevê, entre outras coisas, um alfabeto de 26 letras.

"A frequência com que eles leem no voo é heroica!". Ao que tudo indica, a frase inicial desse texto possui pelo menos quatro erros de ortografia. Mas até o final do ano, quando deve entrar em vigor o "Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa", ela estará corretíssima. Os países-irmãos Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste terão, enfim, uma única forma de escrever.

As mudanças só vão acontecer porque três dos oito membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) ratificaram as regras gramaticais do documento proposto em 1990. Brasil e Cabo Verde já haviam assinado o acordo e esperavam a terceira adesão, que veio no final do ano passado, em novembro, por São Tomé e Príncipe.

Tão logo as regras sejam incorporadas ao idioma, inicia-se o período de transição no qual ministérios da educação, associações e academias de letras, editores e produtores de materiais didáticos recebam as novas regras ortográficas e possam, gradativamente, reimprimir livros, dicionários, etc.

...

O que muda:

As novas normas ortográficas farão com que os portugueses, por exemplo, deixem de escrever "húmido" para escrever "úmido". Também desaparecem da língua escrita, em Portugal, o "c" e o "p" nas palavras onde ele não é pronunciado, como nas palavras "acção", "acto", "adopção", "baptismo", "óptimo" e "Egipto". Mas também os brasileiros terão que se acostumar com algumas mudanças que, a priori, parecem estranhas. As paroxítonas terminadas em "o" duplo, por exemplo, não terão mais acento circunflexo. Ao invés de "abençôo", "enjôo" ou "vôo", os brasileiro terão que escrever "abençoo", "enjoo" e "voo".

Também não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus decorrentes, ficando correta a grafia "creem", "deem", "leem" e "veem".

O alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação do "k", do "w" e do "y" e o acento deixará de ser usado para diferenciar "pára" (verbo) de "para" (preposição).

Outras duas mudanças: criação de alguns casos de dupla grafia para fazer diferenciação, como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como "louvámos" em oposição a "louvamos" e "amámos" em oposição a "amamos", além da eliminação do acento agudo nos ditongos abertos "ei" e "oi" de
palavras paroxítonas, como "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia".

Fonte

13 de julho de 2007

"Harry Potter and the deathly hallows"

Meio mundo especula sobre o final da saga Harry Potter... e são tantas as informações que circulam na net, nos jornais e nas revistas, que só servem para nos ir aguçando a imaginação. Não sabemos o que será de facto correspondente à realidade ou não... Só sei que a curiosidade vai apertando!!!!

Quem será que morre? Vencerá Harry ou "aquele-cujo-o-nome-não-deve-ser-pronunciado"? Haverá de facto uma luta entre eles? Quem pensamos que morreu, estará efectivamente morto? Snape será bom ou mau? Ai... Ai... são tantas as perguntas e tantas as possíveis respostas! Contudo... esta ansiedade estará prestes a ter fim... dia 21 do presente mês sairá para as bancas o tão aclamado livro, o último da saga Harry Potter. "HARRY POTTER AND THE DEATHLY HALLOWS"!! O título em português ainda não é conhecido e a tradução do mesmo para a nossa língua só será publicada lá para os fins de outubro! =(

Contudo e para acalmar a nossa curiosidade... ou talvez para a aguçar ainda mais... já foram mostradas algumas das capas do sétimo livro desta saga... E aqui mostro duas delas, que certamente contribuirão para estimular ainda mais a vossa imaginação acerca da revelação dos inúmeros segredos por desvendar, provenientes do seguimento de uma sequênica de seis livros publicados que se tornaram um fenómeno à escala mundial e que contribuiram para o engordar da conta bancária da escritora J.K ROWLING!!!!




















(A de cima corresponde à capa britânica e a de baixo, segundo parece, trata-se da capa americana que será igual à portuguesa. )

Aguardamos então, expectantes por aquele que com uma certa tristeza digo, que será o sétimo e último de uma saga que se tornou um fenómeno e que entrou nas nossas vidas de um modo que dificilmente poderá ser igualado! O carinho criado pelas personagens, o modo como as pessoas vivem as suas histórias, como esperam novos desenvolvimentos... é de facto algo dificil de superar!!

Cúmulo: segundo ouvi dizer (não garanto que seja realmente verdade, parece-me louco mas possível), o pessoal que está a trabalhar na impressão dos livros, trabalha às escuras de modo a não poderem ler nada, são revistados à entrada e saída da fábrica e não podem levar telémoveis.
=)=)=) Definitivamente não há previligiados!!!!

3 de julho de 2007

Literatura de banco de jardim.


Não sei quem escreveu isto, onde, ou porquê.

"Humanismo é olhar para uma puta e seu cliente, e ver amor... Ou sede dele."

Sei que gostei.

14 de junho de 2007

Acto de genialidade

"... Elle se dégagea pour lui, des qualités charnelles dont il n'avait rien à obtenir; et elle alla dans son couer, montant toujours et s'en détachent, à la maniére magnifique d'une apothéose qui s'envole. C'était un de ces sentiments purs qui n'embarrasent pas l'exercice de la vie, que l'on cultive parce qu'ils sont rares, et dont la perte affligerait plus que la possession n'est réjouissante. "

("... Emma desprendeu-se, para ele, das qualidades carnais, de que não tinha nada a conseguir; e, no seu coração, foi sempre subindo e destacando-se, à maneira magnífica de uma apoteose que arrebata. Era um daqueles sentimentos puros que não embaraçam o exercício da vida, que se cultivam porque são raros e cuja perda daria mais tristeza do que a sua posse satisfação.")

Gustave Flaubert, em "Madame Bovary".

22 de maio de 2007

Hoje...


Elegia

"Nem os dias longos me separam da tua imagem.
Abro-a no espelho de um céu monótono, ou
deixo que a tarde a prolongue no tédio dos
horizontes. O perfil cinzento da montanha,
para norte, e a linha azul do mar, a sul,
dão-lhe a moldura cujo centro se esvazia
quando, ao dizer o teu nome, a realidade do
som apaga a ilusão de um rosto. Então, desejo
o silêncio para que dele possas renascer,
sombra, e dessa presença possa abstrair a
tua memória." (Nuno Júdice)


Hoje não te pude tocar. Hoje não te pude olhar. Hoje foi um dia mais cinzento. Fiz o necessário. Sorri pouco.
Hoje senti pouco. Saboreie pouco. Esqueci-me de parar para sentir o vento no rosto. Esqueci-me de procurar a beleza do dia (existe sempre).

Hoje tive saudades. No silêncio dos meus pensamentos, na inutilidade do meu dia... recordei-te... devo ter sorrido, não sei...

Hoje senti a tua falta...

18 de maio de 2007

Primeiro passo

" (...) Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos (...)"

É com este excerto do poema: "Cântico Negro", de José Régio que principiamos este blog, precisamente no dia em que se celebram os 26 anos da Amnistia Internacional em Portugal. A inércia intelectual dos bloggers fundadores levou a que o primeiro post, só agora fosse publicado. O primeiro post devia ser curto, descrever o património genético da obra, quem escreve, do que escreve e porquê, mas eu hoje não vou por aí. Devia não ter assunto, ser inespecifico, insípido, mas também não vou por aí. Vou por onde me leva a falta de inspiração do momento e a pressão de acabar isto antes das 12 badaladas, pois amanhã não terá o mesmo sentido.

"(...) Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos... (...)"

No dia 28 de Maio 1961, dois estudantes lisboetas decidiram largar o trilho marcado e seguir pelos seus próprios passos. Brindaram ao amor do abismo da época, a liberdade. Imediatamente capturados, passaram os sete anos seguintes encarcerados sem direito a julgamento. Em Portugal, foi apenas mais um dia rotineiro do regime salazarista, comum, normal, até monótono. Peter Benenson, um advogado inglês, ficou chocado quando tragou o conhecimento deste acontecimento. Ainda abazurdido, escreveu e divulgou um texto intitulado: "The Forgotten Prisioners" (Os prisioneiros esquecidos). A resposta dos que o leram foi de tamanha magnitude, que o encorajaram a fundar um comité de defesa da liberdade de consciência e direitos humanos dos presidiários. Em pouco tempo cresceu, tornando-se num movimento à escala global, intitulado Amnistia Internacional.

A minha ignorância sobre este assunto só se esfumou quando vi o novo videoclip dos Nickelback - If Everyone Cared. Onde apresentam, entre outros, este momento histórico do século XX.